É jovem, na agitação de seus 23 anos. Naquela manhã, chegou no trem no horário de sempre. Era uma quente manhã. A estação, como sempre, lotada, mas naquele dia parecia exceder em passageiros. "Ah! se fosse passageiro!"
Depois de muita empurra-empurra, conseguiu entrar no trem. Provavelmente, naquele aperto, teria amassado a marmita e naquele calor, decerto iria azedar. Ficaria sem almoço outra vez. "Regime forçado. Daria uma boa reportagem...".
Chegou ao seu local de trabalho e fez questão de cumprimentar todos os seus colegas, trabalhadores como ele, com um largo sorriso. Caminhou pelos corredores, pensando em toda a situação que passara no trem. Não aguentava mais. Foi até a sala do patrão, cumprimentou a secretária e já foi entrando. Jogou a marmita azeda sobre a mesa e gritou:
- Come você essa merda! Saiu da sala, direto pro RH, mas com sorriso nos lábios.
Publicação de contos, crônicas, poesias e artigos escritos por Adailtom Alves Teixeira (em artes Adailtom Alves). Outras redes: https://linktr.ee/adailtom.alves
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quinta-feira, março 20, 2014
terça-feira, março 18, 2014
Mar e barcos
Adorava seu trabalho. Acordava todos os dias bem cedo e sorrindo se dirigia ao escritório. Hoje não seria diferente.
No escritório, da janela do vigésimo andar, olha pela vidraça a chuva que cai sobre a cidade. Pôs-se a pensar: "A vida é um mar com suas belezas, tormentas, lugares exóticos... Nós somos barcos, sempre a navegar em direção a algum porto..." Estancou seu pensamento:
No escritório, da janela do vigésimo andar, olha pela vidraça a chuva que cai sobre a cidade. Pôs-se a pensar: "A vida é um mar com suas belezas, tormentas, lugares exóticos... Nós somos barcos, sempre a navegar em direção a algum porto..." Estancou seu pensamento:
- Para qual porto estou a rumar?
Lá fora, a chuva tornou-se mais convidativa que os papéis na mesa à sua frente. Afrouxou a gravata e passou a não ver muito sentido em seu cotidiano...
Começou a bailar.
Começou a bailar.
sexta-feira, março 07, 2014
Garigari, sou mais gari
Mais de mil garis
na avenida
pulando, sorrindo,
dançando
tomando conta de
suas vidas!
O Rio laranja é
bonito
tem até o mestre
Sorriso
levando, em apoio, seu
grito!
Sapucaí é logo ali
vejam a onda laranja
com seu mestre sala a sorrir
a graça da porta
bandeira
revela a garra de
uma gente
altiva, forte,
brasileira!
07/03/14
quinta-feira, março 06, 2014
quarta-feira, março 05, 2014
terça-feira, março 04, 2014
Sertão III
Dou vivas ao sertão
porque sou catingueiro;
lá, a situação é difícil
mas o povo é ligeiro.
Sertão, sempre a expulsar
quebrando sua magia
mas sua gente é forte
a força vem de sua alegria.
Mulher, homem, menino
sertanejos insistentes
enfrentam a seca
como guerreiros valentes!
30/11/13
porque sou catingueiro;
lá, a situação é difícil
mas o povo é ligeiro.
Sertão, sempre a expulsar
quebrando sua magia
mas sua gente é forte
a força vem de sua alegria.
Mulher, homem, menino
sertanejos insistentes
enfrentam a seca
como guerreiros valentes!
30/11/13
segunda-feira, março 03, 2014
Carnaval
um homem caído
cheiro de mijo no chão
duas moças se beijam
uma terceira
passa apressada
com a bíblia na mão
uma senhora
que tudo olha
sorriso em clarão
afirma, com total aval:
- a vida é carnaval
cheiro de mijo no chão
duas moças se beijam
uma terceira
passa apressada
com a bíblia na mão
uma senhora
que tudo olha
sorriso em clarão
afirma, com total aval:
- a vida é carnaval
domingo, março 02, 2014
Retrô
depois de tanto trabalhar
queria chegar ao metrô
na primeira esquina
crianças cheirando cola
do outro lado da rua
outra queimava os dedos
na ânsia de fumar a pedra crua
continuei, tinha que chegar ao metrô
quantos convites ao sexo
putas oferecem seu amor...
policiais dão uma dura
o homem negro, dizia ser trabalhador
cansaço. o metrô estava próximo
o prédio, ocupado por sem tetos
(em polvorosa)
parecia ter recebido a ordem do senhor juiz
desocupação
a manchete do jornal:
"maior lucro dos bancos em todos os tempos"
enquanto caminhava até o metrô
lembrei que, recentemente, alguém me disse
que ser de esquerda, é ser retrô
quero apenas chegar
ao maldito metrô
a cada passo que dou
vejo a mão do opressor
01/03/14
queria chegar ao metrô
na primeira esquina
crianças cheirando cola
do outro lado da rua
outra queimava os dedos
na ânsia de fumar a pedra crua
continuei, tinha que chegar ao metrô
quantos convites ao sexo
putas oferecem seu amor...
policiais dão uma dura
o homem negro, dizia ser trabalhador
cansaço. o metrô estava próximo
o prédio, ocupado por sem tetos
(em polvorosa)
parecia ter recebido a ordem do senhor juiz
desocupação
a manchete do jornal:
"maior lucro dos bancos em todos os tempos"
enquanto caminhava até o metrô
lembrei que, recentemente, alguém me disse
que ser de esquerda, é ser retrô
quero apenas chegar
ao maldito metrô
a cada passo que dou
vejo a mão do opressor
01/03/14
sábado, março 01, 2014
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