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sexta-feira, dezembro 11, 2015

bárbaros

por trás de sorrisos de monalisas
o império do cinismo
roedores de esperanças
com visões turva
obnubilam a realidade
é tanta (des)far(s)ça
                                  tez
pra ti, meu escarro

quarta-feira, dezembro 09, 2015

moleca

tão sapeca
levada da breca
endiabrada
subiu, trepou
na galhada
sob olhares
e gargalhadas

sábado, novembro 28, 2015

quinta-feira, novembro 05, 2015

o hoje faz o amanhã

o país sangra e temos feito pouco
apesar de estarmos todos indignados
(só indignar-se é pouco)
o tecido social se esgarça
por dentro, nos rasgamos...
tempos extremos e obscuros
vivemos na encruzilhada da mudança
saberemos tomar o melhor caminho?

sexta-feira, setembro 11, 2015

tempos*

crianças ao relento
nas esquinas a pedir
fome e esquecimento
com tanta riqueza por aí

um tempo sem amor
de abandono e sofrimento
tempo que traz dor
tristeza e padecimento

era uma vez
e ainda é:
filhos do homem
e da mulher

- que tempos são esses, menino?
- da falta de escuta
- que tempos são esses, menina?
- tempo da má conduta
- que tempos são esses?
- tempo de luta!


*escrita para ser canção em um espetáculo.

quarta-feira, setembro 09, 2015

o clarão

o clarão das estrelas
ilumina a minha certeza
de que é preciso
as ideias dos meus
mudar, fazê-los lutar
na mudança, a beleza

segunda-feira, setembro 07, 2015

a vaca caminha...

a vaca caminha
e pasta
len-ta-men-te
                      a seu tempo
sabe que a vida não deve ser apressada

mas o que sei eu
sobre o que a vaca sabe?
(se é que sabe)
eu que nada sei sobre mim
saberei algo da vida?
da natureza?

basta que eu contemple
essa vida, a natureza
mutável e permanente


31/01/14

domingo, setembro 06, 2015

não sei...

não sei fazer poema longo
e muito menos sem rima
complete este e imprima
........................................

sábado, agosto 22, 2015

Refugiados*

o espectro do extermínio caminha entre nós
50 milhões de refugiados
por quê abandonam suas terras:
tragédias naturais
guerras fratricidas
                              perseguições étnicas
                                                               religiosas
(mas a religião não ensina a nos amarmos?)

desse total, 10% são palestinos
reclamam seu território
o espectro do extermínio caminha entre nós





* A partir de Refugiados são o retrato do capital de José Arbex Jr. Caros Amigos, junho de 2015.

sábado, agosto 01, 2015

entre

entre meu pé

                    e  o                                                       (o tempo)

                          chão

quarta-feira, maio 27, 2015

tic-tac...

tic-tac, o relógio a bater
minha mente sadia
em um corpo a envelhecer
cirurgia no corpo
e tudo mais a descer

ainda vejo o menino a correr
atravessar o rio seco
amar o amanhecer
mente sadia
e o corpo a envelhecer

terça-feira, maio 26, 2015

meu sangue...

meu sangue é vermelho
por isso fervo
a rosa é vermelha
por isso cheiro
tua boca é vermelha
por isso beijo
nossa bandeira, vermelha
na luta, inteiro

terça-feira, maio 19, 2015

fim do dia

finalizar o dia
com uma poesia
para que renasça
o amanhã

ninguém percebeu
mas a poesia
está na criança que dorme
ao relento
a poesia passou
despercebida
e o dia finalizou

sábado, maio 09, 2015

sábado, abril 25, 2015

no samba

a classe média
bebe e dança
pula, faz o carnaval
a morena também dança
a miséria entremeia
à procura de latas

quinta-feira, abril 23, 2015

que importa

que importa saber
a quantidade de calorias da fruta?
que importa saber
quantos fios há na blusa?
basta saber
que são mercadorias
basta saber
que somos divididos em classes
e a vida está uma porcaria

terça-feira, abril 21, 2015

transmutação

quando contaste minha história
como tua, como se a tivesse vivido
tive a certeza que viramos um
no amor, tudo se transmuta
como meu pai está em mim
como a cidade que me habita
assim, eu e você, vivemos
e nos confundimos

romantismo

eu, tão rústico, naif
você tão neoclássica
só o romantismo nos une

domingo, abril 19, 2015

o invisível

na fina flor do samba
o homem invisível
joga a lata ao companheiro
antes, bebe o resto de coca
quase imperceptível
enche o saco
e some

educação

derrube os muros da escola
desfaça-se da prisão
faça do mundo educação

sábado, abril 18, 2015

sexta-feira, abril 17, 2015

BBP

Brasil, Bolívia e Peru
cobertos pelo céu azul
e tanta gente tomando

coca-cola
               inka-cola
                              sumo da coca

quarta-feira, abril 15, 2015

música

nosso amor saiu do tom
desafinou em lamúrias
será que findou no prelúdio?

merece um da capo
refazer nosso campo harmônico
nada de solos
apenas um dueto:
eu e você

quero rittornello em tua escala
quero teu si sobre mi
e todas as escalas
ad libitum al fine

arme minha clave de sol
minha música
é você

segunda-feira, abril 13, 2015

PVH

porto velho
tão nova
a noite agradável de outono
ar interiorano
caras amigáveis
com ruas pouco iluminadas
descaso das autoridades
assustam
criam o medo
o medo
mas durante o dia
a sombra da mangueira
é tão amigável

sexta-feira, abril 10, 2015

do que é fabricado

desvelar o velado
para se viver
o que precisa ser vivido

tudo gerado, criado
pela força do trabalho
não por magia fabricado

produzido com teu suor
depois comprado no cartão
ou a dinheiro, que é melhor

o açúcar, o café
e o que se precisa pra viver
para ficar de pé

sem magia, sem mistério
quem produz riqueza
continua na pobreza

segunda-feira, abril 06, 2015

Domingo

hoje, nesse dia
domingo de páscoa
em que dizem que tu ressuscitaste
lembro de ti
entupidos de chocolates
penso em como nos queria iguais
em mostrar que somos iguais
não iguais como peças de máquinas
feitas em um torno
fabricadas em série
não
nos queria como únicos
diferentes, diversos
mas iguais
iguais na diferença

e hoje, nesse dia
nos igualamos com chocolate
somos todos iguais
diferentes apenas na logomarca

domingo, abril 05, 2015

conflitos

todo dia
em nossa história
nosso largo território
um líquido espesso
alimenta nossa terra
terra
terra almejada
tão desejada

massacre
massacre
              mass
                      acre
extermínio
extermínio
                 ex
           ter
mínio
rastro de pólvora
e sangue
andamos pra trás
índio
preto
pobre
preto pobre
pobre preto

yanomamis
guaranis
kaiowás
caldeirão
trombas
canudos
formoso
contestado
carandiru
corumbiara
eldorado dos carajás
e todo dia
e todo dia
e todo dia
nas cercanias
de meu brasil
periferia

terça-feira, março 31, 2015

segunda-feira, março 30, 2015

Fim dos tempos

bárbaros
com atos bárbaros
disfarçados em sorrisos de monalisas
impera o cinismo
roedores da vida
com visão turva
turvando o nosso cotidiano
enublam diurnamente
                               dis
                                   far(ce)sa
                                                tez
para todos
o meu escarro
que se tenha paciência
NÃO
aja
    aja dialética
para sobre
               viver

domingo, fevereiro 22, 2015

unidade na diversidade

tríplice fronteira
Brasil, Bolívia, Peru
tantas diferenças
no vestir, em ser
unidade na dor
ambos
o mesmo opressor

sábado, fevereiro 21, 2015

sexta-feira, fevereiro 06, 2015

egocêntrica

meu patrimônio é parco:
uma cama para esticar o corpo
uma rede pra balançar
muito ar pra respirar
um ar-condicionado
(se não faltar eletricidade)
pra não morrer de calor
e refrescar o meu amor

o maior patrimônio
uma consciência
(de classe) tranquila
pra seguir na resistência

quinta-feira, fevereiro 05, 2015

por aí

fazer o dia diferente:
a roda é só de girar
ou pode iluminar?
no menu, o prato do dia
é também poesia
comer quente
ainda que fria

amolar facas
afiar a palavra
acertar o alvo
colher a safra

quarta-feira, fevereiro 04, 2015

escuta

vem lá de fora
o aviso pelo ar:
é preciso caminhar

como se tudo em volta
estivesse a sussurrar:
o mundo tem que mudar

terça-feira, fevereiro 03, 2015

quinta-feira, janeiro 29, 2015

segunda-feira, janeiro 26, 2015

segunda-feira, janeiro 05, 2015

apesar disso

é um tempo sem sol
apesar disso, ele insiste em se levantar
apesar disso, levantamos
e erguemos nossos punhos cansados
e ainda bradamos
apesar da voz rouca

um tempo de muitos eus
e pouco nós
ainda assim
insistimos em atar os nós
tempo sem classe
apesar do domínio de uma
sobre a outra

por isso e apesar disso
é preciso insistir na velha luta
para que venha o novo

domingo, janeiro 04, 2015

sábado, janeiro 03, 2015

desperte

puxe a cortina
abra a janela
olhe ao redor
enxergue melhor
a grande mazela
que te amofina

o mundo é ruína
fica em sentinela
seja um cantador
sem perder o humor
mostre a esparrela
dessa jogatina

descerre a cortina