por trás de sorrisos de monalisas
o império do cinismo
roedores de esperanças
com visões turva
obnubilam a realidade
é tanta (des)far(s)ça
tez
pra ti, meu escarro
Publicação de contos, crônicas, poesias e artigos escritos por Adailtom Alves Teixeira (em artes Adailtom Alves). Outras redes: https://linktr.ee/adailtom.alves
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sexta-feira, dezembro 11, 2015
quarta-feira, dezembro 09, 2015
sábado, novembro 28, 2015
quinta-feira, novembro 05, 2015
o hoje faz o amanhã
o país sangra e temos feito pouco
apesar de estarmos todos indignados
(só indignar-se é pouco)
o tecido social se esgarça
por dentro, nos rasgamos...
tempos extremos e obscuros
vivemos na encruzilhada da mudança
saberemos tomar o melhor caminho?
apesar de estarmos todos indignados
(só indignar-se é pouco)
o tecido social se esgarça
por dentro, nos rasgamos...
tempos extremos e obscuros
vivemos na encruzilhada da mudança
saberemos tomar o melhor caminho?
sexta-feira, setembro 11, 2015
tempos*
crianças ao relento
nas esquinas a pedir
fome e esquecimento
com tanta riqueza por aí
um tempo sem amor
de abandono e sofrimento
tempo que traz dor
tristeza e padecimento
era uma vez
e ainda é:
filhos do homem
e da mulher
- que tempos são esses, menino?
- da falta de escuta
- que tempos são esses, menina?
- tempo da má conduta
- que tempos são esses?
- tempo de luta!
*escrita para ser canção em um espetáculo.
nas esquinas a pedir
fome e esquecimento
com tanta riqueza por aí
um tempo sem amor
de abandono e sofrimento
tempo que traz dor
tristeza e padecimento
era uma vez
e ainda é:
filhos do homem
e da mulher
- que tempos são esses, menino?
- da falta de escuta
- que tempos são esses, menina?
- tempo da má conduta
- que tempos são esses?
- tempo de luta!
*escrita para ser canção em um espetáculo.
quarta-feira, setembro 09, 2015
o clarão
o clarão das estrelas
ilumina a minha certeza
de que é preciso
as ideias dos meus
mudar, fazê-los lutar
na mudança, a beleza
ilumina a minha certeza
de que é preciso
as ideias dos meus
mudar, fazê-los lutar
na mudança, a beleza
segunda-feira, setembro 07, 2015
a vaca caminha...
a vaca caminha
e pasta
len-ta-men-te
a seu tempo
sabe que a vida não deve ser apressada
mas o que sei eu
sobre o que a vaca sabe?
(se é que sabe)
eu que nada sei sobre mim
saberei algo da vida?
da natureza?
basta que eu contemple
essa vida, a natureza
mutável e permanente
31/01/14
domingo, setembro 06, 2015
não sei...
não sei fazer poema longo
e muito menos sem rima
complete este e imprima
........................................
e muito menos sem rima
complete este e imprima
........................................
sábado, setembro 05, 2015
sábado, agosto 22, 2015
Refugiados*
o espectro do extermínio caminha entre nós
50 milhões de refugiados
por quê abandonam suas terras:
tragédias naturais
guerras fratricidas
perseguições étnicas
religiosas
(mas a religião não ensina a nos amarmos?)
desse total, 10% são palestinos
reclamam seu território
o espectro do extermínio caminha entre nós
* A partir de Refugiados são o retrato do capital de José Arbex Jr. Caros Amigos, junho de 2015.
50 milhões de refugiados
por quê abandonam suas terras:
tragédias naturais
guerras fratricidas
perseguições étnicas
religiosas
(mas a religião não ensina a nos amarmos?)
desse total, 10% são palestinos
reclamam seu território
o espectro do extermínio caminha entre nós
* A partir de Refugiados são o retrato do capital de José Arbex Jr. Caros Amigos, junho de 2015.
segunda-feira, agosto 10, 2015
sábado, agosto 01, 2015
segunda-feira, junho 15, 2015
quarta-feira, maio 27, 2015
tic-tac...
tic-tac, o relógio a bater
minha mente sadia
em um corpo a envelhecer
cirurgia no corpo
e tudo mais a descer
ainda vejo o menino a correr
atravessar o rio seco
amar o amanhecer
mente sadia
e o corpo a envelhecer
minha mente sadia
em um corpo a envelhecer
cirurgia no corpo
e tudo mais a descer
ainda vejo o menino a correr
atravessar o rio seco
amar o amanhecer
mente sadia
e o corpo a envelhecer
terça-feira, maio 26, 2015
meu sangue...
meu sangue é vermelho
por isso fervo
a rosa é vermelha
por isso cheiro
tua boca é vermelha
por isso beijo
nossa bandeira, vermelha
na luta, inteiro
por isso fervo
a rosa é vermelha
por isso cheiro
tua boca é vermelha
por isso beijo
nossa bandeira, vermelha
na luta, inteiro
terça-feira, maio 19, 2015
fim do dia
finalizar o dia
com uma poesia
para que renasça
o amanhã
ninguém percebeu
mas a poesia
está na criança que dorme
ao relento
a poesia passou
despercebida
e o dia finalizou
com uma poesia
para que renasça
o amanhã
ninguém percebeu
mas a poesia
está na criança que dorme
ao relento
a poesia passou
despercebida
e o dia finalizou
sábado, maio 09, 2015
sábado, abril 25, 2015
no samba
a classe média
bebe e dança
pula, faz o carnaval
a morena também dança
a miséria entremeia
à procura de latas
bebe e dança
pula, faz o carnaval
a morena também dança
a miséria entremeia
à procura de latas
quinta-feira, abril 23, 2015
que importa
que importa saber
a quantidade de calorias da fruta?
que importa saber
quantos fios há na blusa?
basta saber
que são mercadorias
basta saber
que somos divididos em classes
e a vida está uma porcaria
a quantidade de calorias da fruta?
que importa saber
quantos fios há na blusa?
basta saber
que são mercadorias
basta saber
que somos divididos em classes
e a vida está uma porcaria
terça-feira, abril 21, 2015
transmutação
quando contaste minha história
como tua, como se a tivesse vivido
tive a certeza que viramos um
no amor, tudo se transmuta
como meu pai está em mim
como a cidade que me habita
assim, eu e você, vivemos
e nos confundimos
como tua, como se a tivesse vivido
tive a certeza que viramos um
no amor, tudo se transmuta
como meu pai está em mim
como a cidade que me habita
assim, eu e você, vivemos
e nos confundimos
domingo, abril 19, 2015
o invisível
na fina flor do samba
o homem invisível
joga a lata ao companheiro
antes, bebe o resto de coca
quase imperceptível
enche o saco
e some
o homem invisível
joga a lata ao companheiro
antes, bebe o resto de coca
quase imperceptível
enche o saco
e some
sábado, abril 18, 2015
sexta-feira, abril 17, 2015
BBP
Brasil, Bolívia e Peru
cobertos pelo céu azul
e tanta gente tomando
coca-cola
inka-cola
sumo da coca
cobertos pelo céu azul
e tanta gente tomando
coca-cola
inka-cola
sumo da coca
quarta-feira, abril 15, 2015
música
nosso amor saiu do tom
desafinou em lamúrias
será que findou no prelúdio?
merece um da capo
refazer nosso campo harmônico
nada de solos
apenas um dueto:
eu e você
quero rittornello em tua escala
quero teu si sobre mi
e todas as escalas
ad libitum al fine
arme minha clave de sol
minha música
é você
desafinou em lamúrias
será que findou no prelúdio?
merece um da capo
refazer nosso campo harmônico
nada de solos
apenas um dueto:
eu e você
quero rittornello em tua escala
quero teu si sobre mi
e todas as escalas
ad libitum al fine
arme minha clave de sol
minha música
é você
segunda-feira, abril 13, 2015
PVH
porto velho
tão nova
a noite agradável de outono
ar interiorano
caras amigáveis
com ruas pouco iluminadas
descaso das autoridades
assustam
criam o medo
o medo
mas durante o dia
a sombra da mangueira
é tão amigável
tão nova
a noite agradável de outono
ar interiorano
caras amigáveis
com ruas pouco iluminadas
descaso das autoridades
assustam
criam o medo
o medo
mas durante o dia
a sombra da mangueira
é tão amigável
sexta-feira, abril 10, 2015
do que é fabricado
desvelar o velado
para se viver
o que precisa ser vivido
tudo gerado, criado
pela força do trabalho
não por magia fabricado
produzido com teu suor
depois comprado no cartão
ou a dinheiro, que é melhor
o açúcar, o café
e o que se precisa pra viver
para ficar de pé
sem magia, sem mistério
quem produz riqueza
continua na pobreza
para se viver
o que precisa ser vivido
tudo gerado, criado
pela força do trabalho
não por magia fabricado
produzido com teu suor
depois comprado no cartão
ou a dinheiro, que é melhor
o açúcar, o café
e o que se precisa pra viver
para ficar de pé
sem magia, sem mistério
quem produz riqueza
continua na pobreza
quarta-feira, abril 08, 2015
segunda-feira, abril 06, 2015
Domingo
hoje, nesse dia
domingo de páscoa
em que dizem que tu ressuscitaste
lembro de ti
entupidos de chocolates
penso em como nos queria iguais
em mostrar que somos iguais
não iguais como peças de máquinas
feitas em um torno
fabricadas em série
não
nos queria como únicos
diferentes, diversos
mas iguais
iguais na diferença
e hoje, nesse dia
nos igualamos com chocolate
somos todos iguais
diferentes apenas na logomarca
domingo de páscoa
em que dizem que tu ressuscitaste
lembro de ti
entupidos de chocolates
penso em como nos queria iguais
em mostrar que somos iguais
não iguais como peças de máquinas
feitas em um torno
fabricadas em série
não
nos queria como únicos
diferentes, diversos
mas iguais
iguais na diferença
e hoje, nesse dia
nos igualamos com chocolate
somos todos iguais
diferentes apenas na logomarca
domingo, abril 05, 2015
conflitos
todo dia
em nossa história
nosso largo território
um líquido espesso
alimenta nossa terra
terra
terra almejada
tão desejada
massacre
massacre
mass
acre
extermínio
extermínio
ex
ter
mínio
rastro de pólvora
e sangue
andamos pra trás
índio
preto
pobre
preto pobre
pobre preto
yanomamis
guaranis
kaiowás
caldeirão
trombas
canudos
formoso
contestado
carandiru
corumbiara
eldorado dos carajás
e todo dia
e todo dia
e todo dia
nas cercanias
de meu brasil
periferia
em nossa história
nosso largo território
um líquido espesso
alimenta nossa terra
terra
terra almejada
tão desejada
massacre
massacre
mass
acre
extermínio
extermínio
ex
ter
mínio
rastro de pólvora
e sangue
andamos pra trás
índio
preto
pobre
preto pobre
pobre preto
yanomamis
guaranis
kaiowás
caldeirão
trombas
canudos
formoso
contestado
carandiru
corumbiara
eldorado dos carajás
e todo dia
e todo dia
e todo dia
nas cercanias
de meu brasil
periferia
terça-feira, março 31, 2015
segunda-feira, março 30, 2015
Fim dos tempos
bárbaros
com atos bárbaros
disfarçados em sorrisos de monalisas
impera o cinismo
roedores da vida
com visão turva
turvando o nosso cotidiano
enublam diurnamente
dis
far(ce)sa
tez
para todos
o meu escarro
que se tenha paciência
NÃO
aja
aja dialética
para sobre
viver
com atos bárbaros
disfarçados em sorrisos de monalisas
impera o cinismo
roedores da vida
com visão turva
turvando o nosso cotidiano
enublam diurnamente
dis
far(ce)sa
tez
para todos
o meu escarro
que se tenha paciência
NÃO
aja
aja dialética
para sobre
viver
terça-feira, fevereiro 24, 2015
segunda-feira, fevereiro 23, 2015
domingo, fevereiro 22, 2015
unidade na diversidade
tríplice fronteira
Brasil, Bolívia, Peru
tantas diferenças
no vestir, em ser
unidade na dor
ambos
o mesmo opressor
Brasil, Bolívia, Peru
tantas diferenças
no vestir, em ser
unidade na dor
ambos
o mesmo opressor
sábado, fevereiro 21, 2015
sexta-feira, fevereiro 20, 2015
sexta-feira, fevereiro 06, 2015
egocêntrica
meu patrimônio é parco:
uma cama para esticar o corpo
uma rede pra balançar
muito ar pra respirar
um ar-condicionado
(se não faltar eletricidade)
pra não morrer de calor
e refrescar o meu amor
o maior patrimônio
uma consciência
(de classe) tranquila
pra seguir na resistência
uma cama para esticar o corpo
uma rede pra balançar
muito ar pra respirar
um ar-condicionado
(se não faltar eletricidade)
pra não morrer de calor
e refrescar o meu amor
o maior patrimônio
uma consciência
(de classe) tranquila
pra seguir na resistência
quinta-feira, fevereiro 05, 2015
por aí
fazer o dia diferente:
a roda é só de girar
ou pode iluminar?
no menu, o prato do dia
é também poesia
comer quente
ainda que fria
amolar facas
afiar a palavra
acertar o alvo
colher a safra
a roda é só de girar
ou pode iluminar?
no menu, o prato do dia
é também poesia
comer quente
ainda que fria
amolar facas
afiar a palavra
acertar o alvo
colher a safra
quarta-feira, fevereiro 04, 2015
escuta
vem lá de fora
o aviso pelo ar:
é preciso caminhar
como se tudo em volta
estivesse a sussurrar:
o mundo tem que mudar
o aviso pelo ar:
é preciso caminhar
como se tudo em volta
estivesse a sussurrar:
o mundo tem que mudar
terça-feira, fevereiro 03, 2015
quinta-feira, janeiro 29, 2015
segunda-feira, janeiro 26, 2015
segunda-feira, janeiro 05, 2015
apesar disso
é um tempo sem sol
apesar disso, ele insiste em se levantar
apesar disso, levantamos
e erguemos nossos punhos cansados
e ainda bradamos
apesar da voz rouca
um tempo de muitos eus
e pouco nós
ainda assim
insistimos em atar os nós
tempo sem classe
apesar do domínio de uma
sobre a outra
por isso e apesar disso
é preciso insistir na velha luta
para que venha o novo
apesar disso, ele insiste em se levantar
apesar disso, levantamos
e erguemos nossos punhos cansados
e ainda bradamos
apesar da voz rouca
um tempo de muitos eus
e pouco nós
ainda assim
insistimos em atar os nós
tempo sem classe
apesar do domínio de uma
sobre a outra
por isso e apesar disso
é preciso insistir na velha luta
para que venha o novo
domingo, janeiro 04, 2015
aos pedaços...
aos pedaços, rachadas
calçadas
os pés no encalço
descalços
dia-a-dia
o menino quase ia
calçadas
os pés no encalço
descalços
dia-a-dia
o menino quase ia
sábado, janeiro 03, 2015
desperte
puxe a cortina
abra a janela
olhe ao redor
enxergue melhor
a grande mazela
que te amofina
o mundo é ruína
fica em sentinela
seja um cantador
sem perder o humor
mostre a esparrela
dessa jogatina
descerre a cortina
abra a janela
olhe ao redor
enxergue melhor
a grande mazela
que te amofina
o mundo é ruína
fica em sentinela
seja um cantador
sem perder o humor
mostre a esparrela
dessa jogatina
descerre a cortina
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