se poesia é momento
e a memória seletiva
o que lembro: selemento
poetiva
poemento
Publicação de contos, crônicas, poesias e artigos escritos por Adailtom Alves Teixeira (em artes Adailtom Alves). Outras redes: https://linktr.ee/adailtom.alves
Pesquisar este blog
sexta-feira, janeiro 31, 2014
quinta-feira, janeiro 30, 2014
Música II
Quando me toca, fico por horas
a ouvir a mesma música
para que atravesse minha pele
sinta meu gosto
enquanto bebo sua melodia
e torne a encontrar
sentido na repetição do dia a dia.
a ouvir a mesma música
para que atravesse minha pele
sinta meu gosto
enquanto bebo sua melodia
e torne a encontrar
sentido na repetição do dia a dia.
Negra Pietá
acontece todos os dias
nas distantes periferias
fruto, não do escultor e sua grandeza
mas sim, como resultado da pobreza
filhos magros nos braços
apoiados em seus regaços
mães negras, em profundo choro
gritam suas dores, em coro
não querem mais mortes seletivas
por justiça, lutam, são combativas
não querem mais
serem negras pietás
nas distantes periferias
fruto, não do escultor e sua grandeza
mas sim, como resultado da pobreza
filhos magros nos braços
apoiados em seus regaços
mães negras, em profundo choro
gritam suas dores, em coro
não querem mais mortes seletivas
por justiça, lutam, são combativas
não querem mais
serem negras pietás
terça-feira, janeiro 28, 2014
segunda-feira, janeiro 27, 2014
Teatro
do bode que berra
a caminho da morte
(sacrifício)
nasce o ofício
ritual que renasce
relação em ato
teatro
a caminho da morte
(sacrifício)
nasce o ofício
ritual que renasce
relação em ato
teatro
domingo, janeiro 26, 2014
Fria esperança
Viadutos saltam sobre os barracos
Carros mais bem cuidados que crianças
Em um tempo de fria esperança...
Vida que caminha aos solavancos.
A esperança que venceu o medo
Tornou-se, ela própria, atropelo
Fruto de acordos e conchavo
União de classes, falso enredo
De um tempo difícil, obscuro,
Em que a vida importa pouco
O que vale mais é o grande lucro.
Tempo de ajuda aos grandes bancos
Queimar índios, expulsar mendigos
Derrubar barracos dos barrancos.
04/11/13
Carros mais bem cuidados que crianças
Em um tempo de fria esperança...
Vida que caminha aos solavancos.
A esperança que venceu o medo
Tornou-se, ela própria, atropelo
Fruto de acordos e conchavo
União de classes, falso enredo
De um tempo difícil, obscuro,
Em que a vida importa pouco
O que vale mais é o grande lucro.
Tempo de ajuda aos grandes bancos
Queimar índios, expulsar mendigos
Derrubar barracos dos barrancos.
04/11/13
sábado, janeiro 25, 2014
Jornadas
Jornadas de junho
lá no século dezenove
e no vinte e um
primaveras dos povos...
a árabe, irmã comum.
Todas, disputa renhida,
lógica de uma luta
ainda não vencida.
lá no século dezenove
e no vinte e um
primaveras dos povos...
a árabe, irmã comum.
Todas, disputa renhida,
lógica de uma luta
ainda não vencida.
sexta-feira, janeiro 24, 2014
quinta-feira, janeiro 23, 2014
quarta-feira, janeiro 22, 2014
Popular 5
Cadê a favela que tava aqui?
O governo removeu.
E a outra que estava ali?
A especulação queimou.
No jogo de gato e rato
o rato venceu
O rico a(s)cendeu
e o pobre desceu.
O governo removeu.
E a outra que estava ali?
A especulação queimou.
No jogo de gato e rato
o rato venceu
O rico a(s)cendeu
e o pobre desceu.
sexta-feira, janeiro 17, 2014
Popular 3
Essa rua, aquela e todas
pode ser nossa, se você vier
vem somar, vem ladrilhar
vem pra rua brincar
vem fazer o que quiser.
pode ser nossa, se você vier
vem somar, vem ladrilhar
vem pra rua brincar
vem fazer o que quiser.
Popular 2
Um elefante incomoda muita gente
e muita gente, quando se junta
incomoda, incomoda muito mais.
e muita gente, quando se junta
incomoda, incomoda muito mais.
domingo, janeiro 12, 2014
Natalina III
O natal é tão deprimente
corrida às lojas, comprar, comprar
solidariedade fingida
que logo mais vai acabar.
Contra tudo isso
para não se pensar
o negócio é beber
beber até se acabar.
Dizem também
que tempos atrás
nasceu um homem
inimigo de satanás
mas se ele voltar
será perseguido
pois o que importa
é a festa, o alarido.
Fica, por todos sabido
o que importa é gastar
beber até cair. No ano,
continuar a trabalhar
ser, todo dia, explorado
esquecer solidariedade
continuar sem mudanças
viver a arbitrariedade.
23/12/13
corrida às lojas, comprar, comprar
solidariedade fingida
que logo mais vai acabar.
Contra tudo isso
para não se pensar
o negócio é beber
beber até se acabar.
Dizem também
que tempos atrás
nasceu um homem
inimigo de satanás
mas se ele voltar
será perseguido
pois o que importa
é a festa, o alarido.
Fica, por todos sabido
o que importa é gastar
beber até cair. No ano,
continuar a trabalhar
ser, todo dia, explorado
esquecer solidariedade
continuar sem mudanças
viver a arbitrariedade.
23/12/13
O dia
Segunda-feira, Zé levanta no horário habitual, como morava
perto do trabalho e o patrão tinha confiança nele, era sempre o primeiro a
chegar. Mas naquele dia ficou preocupado, pois o ônibus não passou,
estranhamente, não havia ninguém nos pontos, como os demais dias.
Então, seguiu a pé até o trabalho. Se apressasse o passo
talvez chegaria na hora. Foi o que fez. De fato, foi o primeiro a chegar. Mas
deu o horário e nenhum de seus colegas apareceu. Zé pensou que pudesse ser por
conta do transporte, se não tinha para ele, provavelmente não tinha para os
demais. Mas e quem tinha condução própria? Por que não chegou no horário?
Congestionamento? "O patrão vai ficar fulo, ainda bem que ele só chega bem
tarde, apenas para conferir os trabalhos".
Duas horas depois, ninguém chegara, nem mesmo o patrão. "Que
estranho"! Ele continuou a trabalhar para deixar tudo pronto para quando ele chegasse, passaria um relatório dos encaminhamentos. Resolveu ligar para os
colegas de trabalho, mas ninguém atendeu ao celular.
Hora do almoço e ninguém ainda. Resolveu sair para o almoço.
Afinal estava com fome e quem sabe conversaria com as pessoas e se informaria,
pois justamente naquele dia, a internet não estava funcionando direito.
Encontrou algumas pessoas no trajeto até o restaurante.
Ninguém conhecido, mas todos lhe cumprimentavam com um sorriso nos lábios.
Chegou ao pequeno restaurante onde sempre almoçava. Era simples, porém barato e
quando não tinha dinheiro, fazia fiado. O dono lhe sorriu feliz, perguntou se
queria o de sempre. Respondeu que sim. No entanto, Zé estranhou, pois não havia
correria, pressa. Tudo bem, o restaurante tinha menos pessoas. Realmente aquele
era um dia diferente.
Quando a comida chegou perguntou a seu Manoel o que estava
acontecendo: "muitas coisas sem funcionar e não havia correria ou caos nas ruas,
certa tranquilidade pairava no ar". Mas ninguém foi até o trabalho. “Sabe de
alguma coisa?”
Manuel, o Mané, como
era conhecido, respondeu que quem era empregado de alguém resolveu não ir
trabalhar naquele dia.
- Ninguém?
- Ninguém. Em nenhuma empresa. Se você foi, deve ter sido o único. Mané saiu rindo
Almoçou calado. Pagou e voltou ao escritório. Trabalhou até o
horário de sempre. Ainda tentou falar com o patrão, mas não
conseguiu. As comunicações também não funcionaram bem. Depois do trabalho, voltou
caminhando até sua casa. As pessoas que encontrou ao cruzar na rua, todas com
ar de alegria, uma felicidade inundava o ar. Ao chegar a sua casa, tomou um
banho, comeu algo e dormiu. No dia seguinte não acordou no horário de sempre.
Resolveu que também não iria trabalhar naquele dia.
03/08/2013
sexta-feira, janeiro 10, 2014
Cambiar siempre
Toda hora é hora
todo dia, esperança
transformar a vida
criar a mudança.
Todo santo dia
ser sempre fecundo
não se contentar
transformar o mundo!
Sempre se refundar
sorriso na frente
com profundo pensar
e ação permanente
para modificar
o mundo imundo
inundo meu cantar
de amor profundo!
29/12/13
todo dia, esperança
transformar a vida
criar a mudança.
Todo santo dia
ser sempre fecundo
não se contentar
transformar o mundo!
Sempre se refundar
sorriso na frente
com profundo pensar
e ação permanente
para modificar
o mundo imundo
inundo meu cantar
de amor profundo!
29/12/13
Assinar:
Postagens (Atom)