corpo calejado
de tanto ser jogado
todo dia, tão igual:
engolido pelo ônibus
moído no trem
aos pés do patrão
chutado
não quer mais
essa vida de cão
mas sem forças
pra dizer não
a mão que oprime
permite a compra do pão
dia há de vir
que essa forma de viver
pereça
e que a alegria
se estabeleça
com um grito de alforria
nas ruas veremos o canto
como forma de festejo
todos juntos, um só corpo
manifestando seu desejo
tudo se reinventando
desde já, antevejo
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