desse setembro amazônico
em uma cidade de poucas árvores
denuncia o (d)efeito ser-humano
sobre a natureza
agravado pelo el niño
o semáforo no vermelho
os carros, com seu vidros fechados
param
dentro, ares-condicionados ligados
fora
a criança, só
(com o que lhe restou de infância)
brinca
esquece de estender a mão aos motoristas
e chuta uma pedrinha para o gol imaginário
seus pés descalços parecem imunes
à escaldante calçada
o verde desflorestado
acende
os carros seguem
guiados por seus anestesiados
Nenhum comentário:
Postar um comentário