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sábado, novembro 30, 2013

em ré vista

repetência semanal:
o que salta à vista
não é bem o que é.
se tirar os interesses
o que sobra da revista?

sexta-feira, novembro 29, 2013

quinta-feira, novembro 28, 2013

Monotonia

Abrir os olhos
saber que é um novo dia
ainda que nada seja novo.
Calçar os chinelos e vestir a máscara
para tanto bom dia
quando se sabe que nada vai bem.
Usar a roupa que me caracteriza
fazer o gesto, o movimento, a ação
                                                    todo dia
tudo é repetição!

quarta-feira, novembro 27, 2013

Guerra

USA com bases militares em todos os continentes
cidadãos vigiados
quem ganha com a guerra?
minorias perseguidas
crianças aprendendo a odiar
quem ganha com a guerra?
bilhões para a indústria militar
chefes de estado sorriem para as câmeras
flashs, flashs, flashs
noutro ponto: tiros, bombas...
quem ganha com a guerra?
potências mundiais miram
ditam quem é o alvo
matar para alimentar a indústria militar
guerra guerre krieg voyna war
quem ganha com a guerra?
quem ganha com a guerra?

terça-feira, novembro 26, 2013

Sonho

De repente, estou flutuando
por cima, lentamente
tudo vejo, tudo sei.

O botão da mudança voando
apertar rapidamente...
Ops! caí na realidade que cansei.

segunda-feira, novembro 25, 2013

Futuro

Oito anos e já sentia todo o peso do mundo em suas costas. Sua delicadeza infantil abria portas: era tolerado nos comércios, mesmo os mais chiques. Sempre arrancava sorrisos e tostões. Menos dos turrões e sempre há turrões em todos os lugares. Decerto daqui a alguns anos seria diferente. Uma criança na rua vendendo, vá lá, mas um adolescente?! Não, não se pode tolerar.

Mas nada disso passava por sua cabeça e, sendo criança, persistia em atitudes infantis. As vezes, perdia quase uma hora a brincar: uma pedra diferente que encontrava, um painel com imagens engraçadas. Quase uma hora perdida por vívida imaginação. Muito tempo, para um dia de trabalho de oito horas. Pensava ser livre, mas quem luta diariamente para poder comer, não tem liberdade.

No próximo ano, se conseguisse escola, talvez sua jornada diminuísse ou talvez fosse necessário adentrar a noite, o que, de certa forma, seria bom, assim, já iria acostumando-se aos ares noturnos.
Seu nome era Paulo, mas as vezes ouvia à boca miúda: "Eis aí o futuro!"
"Futuro". Gostava. Parecia ser importante.

Futuro que não veio, não pode ter. Paulo pegou um tiro por distração, quando voltava para casa no início de uma dessas noites enluaradas. Essas crianças distraídas, que não cuidam de seu viver...


07/11/13

domingo, novembro 24, 2013

Nunca como antes

Nunca como antes
na história desse país
se exportou tanto
continuamos colônia
dos países "desenvolvidos".

Nunca como antes
na história desse país
se produziu tantos grãos
mas ainda tem pessoas
muitas, morrendo de fome!

Nunca como antes
na história desse país
se diversificou tanto
e se aumentou tanto o consumo
nunca se viu tantos endividados.

Nunca como antes
na história desse país
em tão pouco tempo
se melhorou tanto a renda do brasileiro
em 500 anos, nunca os bancos lucraram tanto!

sábado, novembro 23, 2013

Nublado

Eu, nublado, cinza
como esta cidade
de movimentos frenéticos
feiura e beldade.

Sou um dia triste de primavera.
Cadê as flores que estavam aqui?
O florista vendeu
para enfeitar o mausoléu.

Saudades do verão que virá
por ora, curto esse frio
que insiste em ficar.

sexta-feira, novembro 22, 2013

Choveu

como se pega em pétala
pegou a minha mão
nada falamos
nossos olhos derramaram-se
como chuva de verão!

quinta-feira, novembro 21, 2013

Cruzamento

Toda semana passo naquele cruzamento
cruz do menino
sempre ali, desde muito pequeno
vida jogada
sempre a jogar malabares
vida que cresce
                       sem saber para onde.
Já é quase um adolescente
manipulado, como as bolas que joga
naquele cruzamento
cruz do menino.

quarta-feira, novembro 20, 2013

Banal

Muitos acham banal
a minha poesia
atenta a vida real.
Como falar de amor
da beleza da flor
se há tanto horror;
se em toda cidade
falta justiça, paz
e sobra iniquidade?

terça-feira, novembro 19, 2013

Máscara

Os sulcos em tua testa
revelam tua origem animal
teus olhos estáticos
(face do mal?)
a boca pertence a quem te dá vida
presa na parede, simples enfeite
lembrança de uma despedida.

segunda-feira, novembro 18, 2013

2

Teu líquido espesso
negro
teu corpo cilíndrico
te faz deslizar
por superfícies planas
levando mensagens, poemas.

domingo, novembro 17, 2013

Tesão II

Peito na mão
cabeça entre as pernas
nuca roçada
corpo em ebulição!
Gemidos, sussuros
bocas, lábios, línguas...
ninguém segura o tesão
na hora que tem que ser
o corpo explode em prazer!

sexta-feira, novembro 15, 2013

quinta-feira, novembro 14, 2013

quarta-feira, novembro 13, 2013

terça-feira, novembro 12, 2013

segunda-feira, novembro 11, 2013

domingo, novembro 10, 2013

sexta-feira, novembro 08, 2013

Tudo e nada

Descobri que não quero ser
nenhum especialista
quero poder aprender tudo
experimentar
e bailar nessa imensa pista
chamada vida!

quinta-feira, novembro 07, 2013

Encanto

Havia tanto por saber:
quanto iria durar eu e você?

Eu poderia até casar
mas o encanto é brejeiro
nada vem por inteiro
e tudo durou apenas
o tempo de um beijo ligeiro.

quarta-feira, novembro 06, 2013

Sertaneja

Lata d`água em equilíbrio
sobre a cabeça
crianças agarradas a saia
força e garra
mulher sertaneja!

terça-feira, novembro 05, 2013

Felicidade


Era um dia como outro qualquer. Não, pior. Chovia. A metrópole extrapolava seu caos. Entrou no carro e saiu para o trabalho. Trânsito. Tudo parado. Tudo absolutamente parado. Sobre o viaduto, lembrou-se da promessa que fizera a si quando criança: não importaria a condição, o lugar, seria feliz. Não importaria a situação... Saiu do carro. Afrouxou a gravata e dançou na chuva, ao som de uma sinfonia de buzinas.

segunda-feira, novembro 04, 2013

Contradição?

A rodovia cruza
                         velocidade do progresso
o povoado resiste
                         em um tempo pregresso.

Tempo

Ser de um tempo
em que falta tempo
tempo que sobra egoísmo
tempo que sobra cinismo
que pede altruísmo
tempo em que se vive
à beira do abismo...
Nosso tempo:
totalitarismo do capitalismo.

domingo, novembro 03, 2013

Palavras

Palavras, voem, cortem
molestem, acordem
essa gente dormente
fira, desvire
a gente indolente
abra olhos, mentes
mostre o mundo em convulsão
some-se a outras bocas
cabeças, braços e mãos
para ser uma só voz que retruca
para mudar a realidade caduca.

08/10/13 - madrugada

Meu amor

Meu amor
se a vida pede mudanças
mude
leve um caminhão
o meu coração.

Não pare
siga
ouça se quiser
diga o que quer
meu amor
se a vida pede
você tem que dá.

Avance, siga
se permita
não se submeta
meta
se a vida pede
você tem que dá
meu amor
mude
leve um caminhão
o meu coração.

sábado, novembro 02, 2013

A mão que nos arrebenta

A mão do Estado
pesada, vai mal
sempre violenta
ao servir o capital.

A máscara, cada dia mais
não se sustenta, cai.
Trabalhadores tomam às ruas
gritam a todo povo: despertai.

Nossa luta é uma só
na Palestina ou Natal
Inglaterra ou Mossoró:
derrubar o capital.

Leitura

Pegue o livro
encoste no verbo
acentue sua vida.

02/10/13

sexta-feira, novembro 01, 2013

Iguatu 2

Apagaram tua história primeira
deixaram, dos coronéis, traços e ranços
mas em que se revela verdadeira
do passado longínquo, teus avanços
- pequena cidade querida! -
está em hábitos, costumes
naquela memória esquecida:
da tua história indígena.