Faz tempo que essa história ocorreu; no tempo em que os animais falavam.
O cão e o gato, finalmente, se tornaram amigos e decidiram realizar uma viagem juntos, para comemorar.
O cão explicou ao amigo que seria mais rápido se fossem por Ratolândia. Assim, chegariam ao bosque que queriam visitar, dois dias antes. "Porém", explicou o cão, "seria ruim pra você encontrar velhos inimigos. Poderia perder a cabeça e se quer chegarmos ao destino."
-- Ora, meu caro, hoje sou outro. Aquele velho gato desapareceu. Sou educado, refinado, não perco mais meu tempo com coisas bobas, disse o gato enquanto se espreguiçava.
-- Se é assim que pensas, economizaremos uma boa caminhada.
Partiram no dia seguinte bem cedo. Muitas foram as conversas, sobre eles e o mundo, como tinham mudado e quanto o mundo e os demais bichos precisavam mudar.
Na estrada, passaram por muitos bichinhos, a que o gato sempre cumprimentava gentilmente. Era patente a sua transformação aos olhos do cão. Chegaram a Ratolândia antes do tempo aprazado.
O gato, ao avistar o primeiro rato, saiu em disparada no seu encalço, deixando o cão para trás. Este, perplexo, exclamou:
-- A melhor educação não é capaz de transformar o pior dos instintos!
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