quarenta dias no deserto paulistano
rever amigos, familiares
alimentar a fé nos laços
juntar forças para ver meu país voltar pro eixo
não haverá jejum
as festas de fim de ano pedem o pecado da comilança
(o difícil é saber que milhões de irmãs e irmãos
caminhem no deserto da fome)
a força ainda está em reconhecer nossa fraqueza humana
ser empático, ajudar sempre que possível
e todos os dias lutar, lutar pela real mudança
por um mundo onde não haja fome
conforme a palavra, somos irmãos e irmãs
nossa força está por vir, na construção da igualdade na diversidade
há tantas fomes para serem supridas
é preciso haver pão e arte
alimentar corpo e espírito
de todos os seres, em toda parte
poder e glória da grana, cidade esfinge
aproveitar tuas belezas
sem perder-se em teus enigmas
não seduzir-se por seu canto
a verdade vem de tuas margens
que tentas encobrir
saber que a cada palmo de tuas linhas
há mãos humanas, suor, lágrimas e exploração
ainda que tenhas um poder que te rege
a maior força é das mãos que te construíram
(ainda que apartadas da tua fruição)
mas um dia, para si, a tomarão
07/12/2022
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