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sábado, dezembro 21, 2013

Infância II

O cheiro da manhã
é cheiro de café
a casa de taipa
minha mãe de pé
acordando todos
- filho, o que quer?
mesmo que se saiba
que só tem café.

Meu pai na roça
enxada na mão
dia-a-dia, sol a sol
colher no São João
festa com milho
fartura do pão
o tempo passa
a saudade, não.

Jingle

Mais-valia é exploração
teu suor alimentando o patrão.

Contra os males do capitalismo
consulte o marxismo
e mude o prumo e o rumo
em direção ao comunismo!

sexta-feira, dezembro 20, 2013

A falta

Querida, não há tempo para o amor
Ainda que ardamos em desejo
Não há se quer tempo para a paixão
Somos sugados pelo sistema malfazejo

Mas toda essa exploração
Um dia vai acabar
Quando vier a revolução
Daí em diante, vamos nos amar
Felizes e sem preocupação.


* Fala de uma personagem que não foi aproveitada durante o processo de montagem do espetáculo Ópera do Trabalho.

quinta-feira, dezembro 19, 2013

Metafísica

Quanto saber há no tomate
comprime toda engenharia natural
e ignora toda a luta
travada contra o capital.

30/03/13

quarta-feira, dezembro 18, 2013

Lição

sabe aquele som
do livro aberto em sua mão?
suas palavras saltam
ligações sinápticas, explosão.
              "Tudo que desperta horror
               e indignação
               não é de origem recente
               pertence à época industrial."

Outro grito, outra lição:
               "Os homens fazem a sua própria história..."
Escuta o som do livro aberto
ouçam, atenção
homens e mulheres fazem sua história.
O que fazer? Revolução!

terça-feira, dezembro 17, 2013

Clichê 3

Você é mais que o sol
é minha água
minha terra
meu sal,
eterno amor
onde você for
                     eu vou.

segunda-feira, dezembro 16, 2013

Ordem

Te chamam ordem
a quem luta, desordeiro
quem rouba para saciar a fome, é preso
quem rouba milhões, se quer chamam trapaceiro.

Jovens em luta,
baderneiros
políticos profissionais
cavalheiros
Eles enganam a todos
são politiqueiros
com suas ações e atitudes
massacram os pobres brasileiros.

E a ordem segue organizando
a ordem é geral
a ordem é o capital.

domingo, dezembro 15, 2013

Lúgubre murmúrio

Sim, sons são
nós, não
sim, sons são
palavras, não?

sussurro mudo
selo selado
rever o revelado
desdizer o dito
ficar aflito
conflagrar o conflito

sim, sons são
nós, não
sim, sons são
palavras, não?

12/03/13

sábado, dezembro 14, 2013

Esquina

São João com a Ipiranga
a mesma da canção
assaltado por quatro crianças
o relógio sumiu na agressão.

Olhos me vigiam
enquanto caminho a pensar:
até quando iremos permitir
tantas crianças sem lar?

sem educação, sem carinho
e outras mazelas a lhes importunar?...
não sinto o chão, nem os olhos a marejar
e seguro o grito que não quer calar!

sexta-feira, dezembro 13, 2013

Abandono

Sim, fui abandonado
numa noite escura
de dor lancinante
deixado na esquina
sem lata de leite
mas uma de cola
de craque de futebol
a craqueiro
seguir os passos do Marcola.

Minha vida é choro
sem sorriso de criança
com chute no estomago
e grito de fome.
Sim, fui abandonado
numa noite escura
de dor lancinante
de uma vida sem cura.

quinta-feira, dezembro 12, 2013

Estações

sob o olhar da lua o vento te conduz
folhas outonais caem
rastejam a teus pés
damas da noite
invernam de inveja
desejam teu perfume
o amanhecer
sorve teu olhar primaveril
e eu, a te esperar
com meu corpo em verão!

madrugada - 08/10/13

quarta-feira, dezembro 11, 2013

tua bunda
dois cumes
sobrevoos da perdição

canion  contemplação
estasiado
fito calado

terça-feira, dezembro 10, 2013

segunda-feira, dezembro 09, 2013

domingo, dezembro 08, 2013

Vida

A vida é mesmo assim
às vezes, basta virar a esquina
para encontrar nossa sina.

08/10/13

sábado, dezembro 07, 2013

Gitano

Tenho um coração gitano
que grita, esperneia
sempre que tu se vai
na despedida de cada ano.

sexta-feira, dezembro 06, 2013

quinta-feira, dezembro 05, 2013

Mulher

toda mulher
                 terá todos os dias
quando deixar de ser oito
                                     para ser dezoito
de março de 1871

aí seremos um
                      em infindas alegrias


Teu dia é merecido
mas mereces mais que oito
desejamos 1917 em tua vida
                                           contra toda desigualdade
sermos uma só irmandade
                                        homem e mulher
                                                                sem desvario
faremos de todos os dias
                                     nosso primeiro de maio.

quarta-feira, dezembro 04, 2013

terça-feira, dezembro 03, 2013

Palavra II

Voa, corre palavra
tenha a força da lâmina
corte os corpos dormentes
fundo, profundamente.

segunda-feira, dezembro 02, 2013

Natalina II

A história se repete:
natal de luzes!
Aumento de consumo...
lembramos em sermos solidários,
para, logo mais, em janeiro,
nos tornarmos salafrários.

domingo, dezembro 01, 2013

sábado, novembro 30, 2013

em ré vista

repetência semanal:
o que salta à vista
não é bem o que é.
se tirar os interesses
o que sobra da revista?

sexta-feira, novembro 29, 2013

quinta-feira, novembro 28, 2013

Monotonia

Abrir os olhos
saber que é um novo dia
ainda que nada seja novo.
Calçar os chinelos e vestir a máscara
para tanto bom dia
quando se sabe que nada vai bem.
Usar a roupa que me caracteriza
fazer o gesto, o movimento, a ação
                                                    todo dia
tudo é repetição!

quarta-feira, novembro 27, 2013

Guerra

USA com bases militares em todos os continentes
cidadãos vigiados
quem ganha com a guerra?
minorias perseguidas
crianças aprendendo a odiar
quem ganha com a guerra?
bilhões para a indústria militar
chefes de estado sorriem para as câmeras
flashs, flashs, flashs
noutro ponto: tiros, bombas...
quem ganha com a guerra?
potências mundiais miram
ditam quem é o alvo
matar para alimentar a indústria militar
guerra guerre krieg voyna war
quem ganha com a guerra?
quem ganha com a guerra?

terça-feira, novembro 26, 2013

Sonho

De repente, estou flutuando
por cima, lentamente
tudo vejo, tudo sei.

O botão da mudança voando
apertar rapidamente...
Ops! caí na realidade que cansei.

segunda-feira, novembro 25, 2013

Futuro

Oito anos e já sentia todo o peso do mundo em suas costas. Sua delicadeza infantil abria portas: era tolerado nos comércios, mesmo os mais chiques. Sempre arrancava sorrisos e tostões. Menos dos turrões e sempre há turrões em todos os lugares. Decerto daqui a alguns anos seria diferente. Uma criança na rua vendendo, vá lá, mas um adolescente?! Não, não se pode tolerar.

Mas nada disso passava por sua cabeça e, sendo criança, persistia em atitudes infantis. As vezes, perdia quase uma hora a brincar: uma pedra diferente que encontrava, um painel com imagens engraçadas. Quase uma hora perdida por vívida imaginação. Muito tempo, para um dia de trabalho de oito horas. Pensava ser livre, mas quem luta diariamente para poder comer, não tem liberdade.

No próximo ano, se conseguisse escola, talvez sua jornada diminuísse ou talvez fosse necessário adentrar a noite, o que, de certa forma, seria bom, assim, já iria acostumando-se aos ares noturnos.
Seu nome era Paulo, mas as vezes ouvia à boca miúda: "Eis aí o futuro!"
"Futuro". Gostava. Parecia ser importante.

Futuro que não veio, não pode ter. Paulo pegou um tiro por distração, quando voltava para casa no início de uma dessas noites enluaradas. Essas crianças distraídas, que não cuidam de seu viver...


07/11/13

domingo, novembro 24, 2013

Nunca como antes

Nunca como antes
na história desse país
se exportou tanto
continuamos colônia
dos países "desenvolvidos".

Nunca como antes
na história desse país
se produziu tantos grãos
mas ainda tem pessoas
muitas, morrendo de fome!

Nunca como antes
na história desse país
se diversificou tanto
e se aumentou tanto o consumo
nunca se viu tantos endividados.

Nunca como antes
na história desse país
em tão pouco tempo
se melhorou tanto a renda do brasileiro
em 500 anos, nunca os bancos lucraram tanto!

sábado, novembro 23, 2013

Nublado

Eu, nublado, cinza
como esta cidade
de movimentos frenéticos
feiura e beldade.

Sou um dia triste de primavera.
Cadê as flores que estavam aqui?
O florista vendeu
para enfeitar o mausoléu.

Saudades do verão que virá
por ora, curto esse frio
que insiste em ficar.

sexta-feira, novembro 22, 2013

Choveu

como se pega em pétala
pegou a minha mão
nada falamos
nossos olhos derramaram-se
como chuva de verão!

quinta-feira, novembro 21, 2013

Cruzamento

Toda semana passo naquele cruzamento
cruz do menino
sempre ali, desde muito pequeno
vida jogada
sempre a jogar malabares
vida que cresce
                       sem saber para onde.
Já é quase um adolescente
manipulado, como as bolas que joga
naquele cruzamento
cruz do menino.

quarta-feira, novembro 20, 2013

Banal

Muitos acham banal
a minha poesia
atenta a vida real.
Como falar de amor
da beleza da flor
se há tanto horror;
se em toda cidade
falta justiça, paz
e sobra iniquidade?

terça-feira, novembro 19, 2013

Máscara

Os sulcos em tua testa
revelam tua origem animal
teus olhos estáticos
(face do mal?)
a boca pertence a quem te dá vida
presa na parede, simples enfeite
lembrança de uma despedida.

segunda-feira, novembro 18, 2013

2

Teu líquido espesso
negro
teu corpo cilíndrico
te faz deslizar
por superfícies planas
levando mensagens, poemas.

domingo, novembro 17, 2013

Tesão II

Peito na mão
cabeça entre as pernas
nuca roçada
corpo em ebulição!
Gemidos, sussuros
bocas, lábios, línguas...
ninguém segura o tesão
na hora que tem que ser
o corpo explode em prazer!

sexta-feira, novembro 15, 2013

quinta-feira, novembro 14, 2013

quarta-feira, novembro 13, 2013

terça-feira, novembro 12, 2013

segunda-feira, novembro 11, 2013

domingo, novembro 10, 2013

sexta-feira, novembro 08, 2013

Tudo e nada

Descobri que não quero ser
nenhum especialista
quero poder aprender tudo
experimentar
e bailar nessa imensa pista
chamada vida!

quinta-feira, novembro 07, 2013

Encanto

Havia tanto por saber:
quanto iria durar eu e você?

Eu poderia até casar
mas o encanto é brejeiro
nada vem por inteiro
e tudo durou apenas
o tempo de um beijo ligeiro.

quarta-feira, novembro 06, 2013

Sertaneja

Lata d`água em equilíbrio
sobre a cabeça
crianças agarradas a saia
força e garra
mulher sertaneja!

terça-feira, novembro 05, 2013

Felicidade


Era um dia como outro qualquer. Não, pior. Chovia. A metrópole extrapolava seu caos. Entrou no carro e saiu para o trabalho. Trânsito. Tudo parado. Tudo absolutamente parado. Sobre o viaduto, lembrou-se da promessa que fizera a si quando criança: não importaria a condição, o lugar, seria feliz. Não importaria a situação... Saiu do carro. Afrouxou a gravata e dançou na chuva, ao som de uma sinfonia de buzinas.

segunda-feira, novembro 04, 2013

Contradição?

A rodovia cruza
                         velocidade do progresso
o povoado resiste
                         em um tempo pregresso.

Tempo

Ser de um tempo
em que falta tempo
tempo que sobra egoísmo
tempo que sobra cinismo
que pede altruísmo
tempo em que se vive
à beira do abismo...
Nosso tempo:
totalitarismo do capitalismo.

domingo, novembro 03, 2013

Palavras

Palavras, voem, cortem
molestem, acordem
essa gente dormente
fira, desvire
a gente indolente
abra olhos, mentes
mostre o mundo em convulsão
some-se a outras bocas
cabeças, braços e mãos
para ser uma só voz que retruca
para mudar a realidade caduca.

08/10/13 - madrugada

Meu amor

Meu amor
se a vida pede mudanças
mude
leve um caminhão
o meu coração.

Não pare
siga
ouça se quiser
diga o que quer
meu amor
se a vida pede
você tem que dá.

Avance, siga
se permita
não se submeta
meta
se a vida pede
você tem que dá
meu amor
mude
leve um caminhão
o meu coração.

sábado, novembro 02, 2013

A mão que nos arrebenta

A mão do Estado
pesada, vai mal
sempre violenta
ao servir o capital.

A máscara, cada dia mais
não se sustenta, cai.
Trabalhadores tomam às ruas
gritam a todo povo: despertai.

Nossa luta é uma só
na Palestina ou Natal
Inglaterra ou Mossoró:
derrubar o capital.

Leitura

Pegue o livro
encoste no verbo
acentue sua vida.

02/10/13

sexta-feira, novembro 01, 2013

Iguatu 2

Apagaram tua história primeira
deixaram, dos coronéis, traços e ranços
mas em que se revela verdadeira
do passado longínquo, teus avanços
- pequena cidade querida! -
está em hábitos, costumes
naquela memória esquecida:
da tua história indígena.

quarta-feira, outubro 30, 2013

Periferia

A periferia sangra
sangra quando cala
sangra quando luta.
campo de concentração
de um Estado fascista
a serviço da mão pesada
da burguesia terrorista.

Sangrando, segue
não cala, truta
mesmo em luto
a periferia luta!

trema

sys
     tema
     trema
            acabou?

já teve vírgula
                       reticências
sistema
     tema
     trema
          haverá ponto final

terça-feira, outubro 29, 2013

A boca

a boca da noite
devora as entranhas
                              da cidade
idade de nosso tempo
tempo que passa
                         passa
                                 devorando
a boca da noite...

segunda-feira, outubro 28, 2013

Mente

tenaz
       mente
                  cheira
cola
                  o menino
que vaga
       mente
                 vaga
livre
       mente(?)

domingo, outubro 27, 2013

Programado

Te programam pela tv
lhe dizem o que fazer
te vendem tudo
até o seu lazer.

chega de obedecer
desligue sua tv
para que ela
não programe você.

sábado, outubro 26, 2013

Fios letais

meu amor, quero contigo passear
de mãos dadas ao entardecer
aumentar o nosso amor
fazer ele crescer e crescer...

mas entre nós há outra relação
fios que não se vê, letal
nos proíbe a plenitude
fios do sistema, do capital.

quinta-feira, outubro 24, 2013

Presente

Seus versos Maiakovski
suas armas Lamarca
Dolores, nossa Passionária
nos ensina a discursar
Rosa, vem nos organizar
para esse mundo transformar.

terça-feira, outubro 22, 2013

Meu samba*

Já estou indignado
de tanto trabalhar
não aguento mais
quero descansar

curtir um sol
um banho de mar
beber, sair por aí
vê os amigos, viajar

chega dessa doidera
não vou mais lamentar
vamos todos juntos
fazer a máquina parar

vamos todos juntos
fazer o patrão trabalhar.


* Criado como letra de música.

segunda-feira, outubro 21, 2013

Esquizofrenia social

A noite cai na cidade
zumbis andam em bando
o crack quebra qualquer comando
o Estado reprime, limpa a morbidade.

Ao relento a criança dorme
seu cobertor é uma manchete
ao lado, passa o carro blindado
com o moço que masca chiclete.

O sistema cria a doença
para vender o remédio
o sistema cria a esquizofrenia
doutor, o capital é a patologia.

quinta-feira, outubro 10, 2013

Marcha da mudança*

Vamos acabar
Com todo financista
Vamos derrubar
O sistema capitalista.

A coisa tá de amargar
O planeta agoniza
Vamos derrubar
O sistema capitalista.

Não vamos mais suportar
A vida no fim da lista
Vamos derrubar
O sistema capitalista!


* Escrito para ser uma música no espetáculo Ópera do Trabalho do Buraco d`Oráculo, mas não foi utilizada.

Aniversário

Cheguei 
         aos quarenta
                             agora 
                                     quero ver
                                                ninguém mais 
                                                                    aguenta!

Cólicas cotidianas

Atlas, como tu, 
me obrigam a suportar
grandes doses
valores burgueses
que causa tanta acidez.

quarta-feira, outubro 09, 2013

L

Essa vida não tá fácil
pra mim
ando comendo muito
capim
e eu que pensei ser
serafim
acho que vou dar
um fim
a essa vida de
Rintintin.

XLIX

Carlos, a pedra continua no caminho
Teu leiteiro se extinguiu
E o medo continua a matar.
(Quanta violência!)
Carregamos as bandeiras do consumo
Não somos homens etiquetas
Somos outdoors ambulantes
É preciso ser de ferro
Mais de noventa por cento de ferro
A cada dia, um pouco morto
Ainda mais quando se é torto.

terça-feira, outubro 08, 2013

segunda-feira, outubro 07, 2013

Mal-estar

Prisão moderna
Id, ego e superego em luta
Freud, fenomenal, nos fornicando
Fossa e fosso em nossa conduta.

XLVI

Maria,
Aonde ias?
            Buscar melhorias
            Na sacristia.
Preces ao dia
Para tua santaria?
            Com outras marias
            Sempre eu pedia.
Maria,
Mas te vale tua valentia
De todo dia
Que tuas bizarrias!

XLV

dia desses sonhei
um mundo melhor
acordei
tudo estava pior.

voltei a dormir
tornei a sonhar
um mundo de amor
não quero acordar.

domingo, outubro 06, 2013

XLIV

Enlatados pro trabalho
Ao patrão dizendo amém
Pensa com a tv
Cérebro, não tem?

Veja quem tudo faz
Não se deixe conduzir
Tome a atitude certa
E isso tudo vai ruir.

Se junta com o outro
Este, a teu lado.
Teu inimigo, o capital
Ao fim, está fadado.

Braços dados, trabalhadores
Chega de tanta opressão
És a imensa maioria
Faz tua revolução.

sábado, outubro 05, 2013

XLIII

Todos precisam saber
MST
A luta é pra valer!
Contra o agronegócio
O veneno nosso
De cada dia.
Pela justiça diária
alimento saudável
quero reforma agrária!
Todos precisam saber
A luta é pra valer
Viva o MST!

sexta-feira, outubro 04, 2013

XXXI

Amarrar, dá o nó
prender-se à raiz
saber sua matriz.

Na questão
ir ao fim
saber de mim.

quinta-feira, outubro 03, 2013

XLI

Extrema dureza
Pobreza
            Nas alturas
            Honduras
Exploradores capitais
Ficam com toda riqueza
Trabalhadores braçais
Sem comida à mesa.
Grande Pátria desunida
Morte fratricida
Modelo neoliberal
Neodesenvolvimentismo
Pobres de mal a mal
Ricos aplaudem o capitalismo
Mudança radical
Todo o povo em ação:

Revolução!

XL

atro
            cidade

                        atrocidade
         diedro
                            átrio
ócio                                        troca
                            idade
                            ida

                          cidade

quarta-feira, outubro 02, 2013

XXXIX

tudo que foge: fulgás
é forte, intenso
deixa a vida com mais gás.

a paixão que consome
o dia ensolarado
o beijo roubado!

XXXVIII

Era uma vez
a aldeia de minha infância:
sol, sol e mais sol.
Um rio seco.
Apertos, apuros...
                              mútua solidariedade
                                                             éramos quase felizes!

Mas, chegou a coca-cola!


28/04/13

XXXVII

Ah! vasto mundo, olho meu semelhante
uns poucos insistem em nos apontar diferenças
olho, olho e não vejo
somos todos carnes,
ossos e excrementos 
buscando, permanentemente, a felicidade.

Meu terno coração fica miúdo
mas busca ser maior...
vejo em cada rosto o que sou
ou o que poderia ser
e poderia ser tantos!
do pior ao melhor, todos me habitam!

Por isso há esperança!

30/03/13

terça-feira, outubro 01, 2013

XXXVI

Não queria mais sofrer
Decididamente, a partir daquele dia, seria feliz
Saiu com sorriso nos lábios
Caiu na linha do trem
Em direção ao Paraíso. 

XXXV

Velho Chico, beleza azul
Em contraste ao claro céu
Tua imagem é alegria!
Tuas águas, poesia!

segunda-feira, setembro 30, 2013

XXXIV

Da margem a outra
Marginal
Juazeiro Petrolina
Genial
São Francisco ao meio
Beleza natural.

sexta-feira, setembro 27, 2013

quarta-feira, setembro 25, 2013

Vida errante

Ontem, à beira do São Francisco
hoje, ao pé da serra
amanhã, sabe-se lá o que me espera.

Porto Velho, Rio Madeira
usina, que tranqueira
viajar, aprender sem dá bobeira.

terça-feira, setembro 24, 2013

segunda-feira, setembro 23, 2013

XXVII

Incapaz de um gesto delicado
olhar desconfiado, porém, terno.
Desejo de falar aos borbotões
mas a palavra, quando vem
mo-nos-si-lá-bi-ca...
Delicadeza bruta
como flor de macambira!

domingo, setembro 22, 2013

XXVI

Juazeiro
À sombra da árvore que te dá nome
Penso em teu filho ilustre
João Gilberto
E, hoje, desperto
Peço: silêncio!
Canta João.

sábado, setembro 21, 2013

XXV

Distante de terras paulistanas
com as bênçãos do Velho Chico
que desde as Gerais viaja
delicado e aventureiro
Juazeiro se desmancha em garoa
lembro do outro Juazeiro
aos pés do Padre Cícero
sol e mais sol...

Nesse instante, Estados se fundem
se transmutam em minha alma de viajante brasileiro.

sexta-feira, setembro 20, 2013

quinta-feira, setembro 19, 2013

XXIII

Livros são bons companheiros.
Só não são melhores
que as pessoas que falam certo
o português errado do Brasil.
Estas, reinventam o mundo com palavras.

XXII

Já não se faz mais soneto
Não há amor para cantar?
No máximo um quarteto
Para as dores revelar.

Vinícius, já não o temos
Nem a garota que passa
Sigamos e assim tentemos
Nessa vida, achar graça.

A graça imensa do amor
Ou a paixão intensa
Que nos causa tanta dor.

Quero a menina que dança
Pra fazer cantos de louvor
E voltar a ter esperança.


23/06/13

quarta-feira, setembro 18, 2013

Classes em luta

Uma cria, produz
outra retém.
Um dia, quem sabe,
todos terão
e as classes
não mais existirão
quando vier a revolução.

XIX

Um caderno de notas
É preciso ter
Para anotar o que não se nota.

XVIII

São tantos poetas
Meu Deus!
A genialidade dos Andrades
Modernidade liricoantropofágica.
Do Nordeste, tantos:
Bandeira, Castro Alves
O João, a nos matar de paixão
Com sua morte Severina
E o cantor do sertão
O popular Patativa.
São tantos poetas
Meu Deus!
O Bashô de Curitiba...
O japonês das Oliveiras
Akira Yamasaki
Outro, doce como o nome:
Ray Lima.
São tantos poetas
Adoçando a nossa língua!

terça-feira, setembro 17, 2013

Clichê 2

Ao pé daquele coreto
Na cidade de Paraty
Pensei em fazer, pra ti
Um poema, um soneto.

Mas o que devo escrever?
Tantas coisas para dizer...
Ainda assim eu tento
Que o mesmo saia a contento.

Teu olhar sempre a me flechar
Teus cabelos soltos no ar
Tua pele fina e tão lisa,

Sorriso de Monalisa
De sereia, tens o canto
Tudo em você é encanto.

Chuva

Vem para molhar, para lavar
Tudo que está escondido
E não se pode revelar...

Chuva, chova por toda cidade
Releve, se apiede, leve o que se pede.
E quando o sol tornar a brilhar
Que não haja mais iniquidade.

segunda-feira, setembro 16, 2013

Violência


O jovem realizou o assalto
e atirou na cara do homem rico.
Por que tanta violência?
Indaga-se, com toda sapiência
a imprensa, o analista, o político...

Ninguém pergunta sobre a violência que se sofre dia-a-dia
Desde a gestação sem pai (este também abandonado),
Da falta de acompanhamento médico na gravidez,
Da falta de creches, para que o menino seja cuidado,
Da falta de boa escola, onde se possa aprender com avidez,
Da falta de perspectiva, de trabalho digno,
Da falta de transporte público para todos,
Da falta de moradia, de um lar benigno,
Da falta do Estado para ofertar e não oprimir.

O homem rico é símbolo de uma elite perversa
que suga tudo que se produz de riquezas materiais e imateriais.
É ele que cruza os céus em jatos velozes quando quer passear mundo afora
enquanto berra que “sua” doméstica agora quer alforria.
É ele que, com ideias geniais,
aos cofres públicos, vai à forra
enquanto “seu” dinheiro está seguro em paraísos fiscais.
Homem rico, ícone de nossa elite.

A elite deve ser torturada, apedrejada,
devemos pisar em sua cabeça,
dar-lhes choque no ânus, para que não esqueça
o que financiaram em passado recente.
Vamos arrancar-lhes as unas com alicate,
cortar seus seios, arrancar-lhes a semente.

A minha violência simbólica
(por falta de coragem de praticá-la realmente)
é apenas um sintoma do que sofro,
da violência diária e demente
da elite e de seu braço armado:
o Estado.


16/09/13

sábado, setembro 14, 2013

O menino que brinca com as nuvens


Pedro é um menino de muita imaginação, 
dispensa todos os seus brinquedos 
para brincar de inventar histórias com as nuvens.
Ele olha para o céu e logo vê um enorme dragão.
Ao longe, avista um guerreiro em seu alazão.
O dragão até se desmancha de tanto medo!

Em outra nuvem, surge, como encanto, um lindo castelo. 
O guerreiro segue em sua direção. 
Será que ele vai salvar a princesa?
Como magia, o guerreiro desaparece, virou farelo!

Pedro vê um urso, um cachorro e um gato, todos juntos e felizes!
– Como é bom brincar com nuvem.
Pedro gosta de brincar, dá asas à sua imaginação
com as nuvens as histórias não precisam ter começo, meio e fim... 
vão surgindo, se entrelaçando... até desaparecerem, enfim.

Só tem uma coisa que Pedro gosta mais 
do que criar histórias com as nuvens:
É brincar com seus amigos! 
Pois no seu faz-de-conta
pode representar todas as histórias 
que imaginou e outras que ainda nem criou.


XIII

Ilusão de ótica:
de um ponto em movimento
o mundo estático.

Visão caótica:
o mundo gira, avança
persistem os dogmáticos.

sexta-feira, setembro 13, 2013

Clichê

Lá vem, lá vem ela
em seu vestido vermelho
cortando o ar como navalha
levando meus joelhos ao chão.

Seu sorriso abre-alas
Presente em qualquer estação
Acompanha seu passo na avenida
E deixa bobo o meu coração.

Seu cheiro doce, suave
Inebria minhas narinas
Entorpeço, fico mole, cego
Não vejo outras pequenas.

Você passou, passou por aqui
Nem sabe de minha existência
Amanhã tornarei a voltar
Embebedar-me em tua essência!