beleza das partes
na quebrada, no rolê
a beleza é de quem vê
Publicação de contos, crônicas, poesias e artigos escritos por Adailtom Alves Teixeira (em artes Adailtom Alves). Outras redes: https://linktr.ee/adailtom.alves
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domingo, dezembro 14, 2014
terça-feira, dezembro 09, 2014
segunda-feira, dezembro 08, 2014
meu peito
um oco
meu peito
estreito
batido
imperfeito
na realidade
é só um jeito
meio suspeito
de sentir saudade
meu peito
estreito
batido
imperfeito
na realidade
é só um jeito
meio suspeito
de sentir saudade
domingo, dezembro 07, 2014
encanto
havia tanto por saber:
quanto iria durar?
como é, junto, viver?
poderia até casar...
mas, o encanto é brejeiro
e nada vem por inteiro
e tudo durou apenas
o tempo de um beijo...
quanto iria durar?
como é, junto, viver?
poderia até casar...
mas, o encanto é brejeiro
e nada vem por inteiro
e tudo durou apenas
o tempo de um beijo...
sábado, dezembro 06, 2014
sexta-feira, dezembro 05, 2014
terça-feira, dezembro 02, 2014
magia
vi na via
o que não via
que tudo pode vir
a ser magia
descoberta do dia-a-dia
enfrentar quem fica
com nossa mais-valia
e fazer da agonia
nossa carta de alforria
o que não via
que tudo pode vir
a ser magia
descoberta do dia-a-dia
enfrentar quem fica
com nossa mais-valia
e fazer da agonia
nossa carta de alforria
domingo, novembro 30, 2014
quinta-feira, novembro 27, 2014
meu verso...
meu verso simples
jogo por aí, fecundo
para bater e apanhar
vai pra boca do mundo
ser devorado, escarrado
criticado e espancado
sofrer safanões da vida
sim, para aprender
e mesmo que perder
continuarei a dizê-lo
sua função é conviver
jogo por aí, fecundo
para bater e apanhar
vai pra boca do mundo
ser devorado, escarrado
criticado e espancado
sofrer safanões da vida
sim, para aprender
e mesmo que perder
continuarei a dizê-lo
sua função é conviver
terça-feira, novembro 25, 2014
segunda-feira, novembro 24, 2014
domingo, novembro 23, 2014
sábado, novembro 22, 2014
meus olhos...
meus olhos
rios de pedra
desabrocho morte
em plena vida
invejo o capim
que rompe o asfalto
rios de pedra
desabrocho morte
em plena vida
invejo o capim
que rompe o asfalto
sexta-feira, novembro 21, 2014
telejornal
cisco no olho:
beleza no telejornal
quando tudo vai mal
o cisco aumenta
na realidade abissal
tudo fica sobrenatural
beleza no telejornal
quando tudo vai mal
o cisco aumenta
na realidade abissal
tudo fica sobrenatural
quinta-feira, novembro 20, 2014
quarta-feira, novembro 19, 2014
quarta-feira, outubro 22, 2014
da minha casa à tua
da minha casa à tua
ponte de estrelas
colunas de pedras
sustentam nosso amor
como flores amarelas
nesse alvorecer
quinta-feira, outubro 09, 2014
segunda-feira, setembro 01, 2014
gente comum
ando por essas ruas
com meu tênis
pago a prestação
feitos por pessoas
em algum lugar desse vasto mundo
que, talvez, nunca puderam calçar um
entro no ônibus, pago a passagem
admiro o imenso coletivo
feito por outros homens e mulheres
em alguma multinacional
que tem um dono
que se quer conhece àqueles que o fizeram
e é provável que nunca tenha andado de ônibus
entro na papelaria
para comprar um caderno
para anotar esses versos
papeis, cadernos
feito por outros
outras pessoas comuns
saberão escrever?
a magia do mundo
que não percebemos
feito de e por pessoas comuns
como eu
que caminho com meu velho tênis
enquanto penso no trabalho por trás das coisas
em cada coisa
muitas pessoas
como eu, gente comum
com meu tênis
pago a prestação
feitos por pessoas
em algum lugar desse vasto mundo
que, talvez, nunca puderam calçar um
entro no ônibus, pago a passagem
admiro o imenso coletivo
feito por outros homens e mulheres
em alguma multinacional
que tem um dono
que se quer conhece àqueles que o fizeram
e é provável que nunca tenha andado de ônibus
entro na papelaria
para comprar um caderno
para anotar esses versos
papeis, cadernos
feito por outros
outras pessoas comuns
saberão escrever?
a magia do mundo
que não percebemos
feito de e por pessoas comuns
como eu
que caminho com meu velho tênis
enquanto penso no trabalho por trás das coisas
em cada coisa
muitas pessoas
como eu, gente comum
domingo, agosto 31, 2014
o bicho homem
o bicho homem
(tão pequeno)
faz imensas coisas
para se fazer grande:
cargueiros, trens, aviões...
o bicho homem
(tão grande)
não consegue acabar
com a aflição
que vem de uma minoria
(tão pequeno)
o bicho homem
tão grande no fazer
tão pequeno na ação
conseguirá desfazer
tamanha exploração?
(tão pequeno)
faz imensas coisas
para se fazer grande:
cargueiros, trens, aviões...
o bicho homem
(tão grande)
não consegue acabar
com a aflição
que vem de uma minoria
(tão pequeno)
o bicho homem
tão grande no fazer
tão pequeno na ação
conseguirá desfazer
tamanha exploração?
sábado, agosto 30, 2014
bate...
bate, bate vida
bate forte
faz ferida
bato, bato forte
bato contra o muro
ou será minha morte
bato, rebato no duro
até vir o furo
bate forte
faz ferida
bato, bato forte
bato contra o muro
ou será minha morte
bato, rebato no duro
até vir o furo
sexta-feira, agosto 29, 2014
um barco
um furo no casco
uma avaria
o barco segue...
a terceira classe festeja
tem farinha, hambúrguer
às vezes, cerveja
veja
enquanto a primeira classe
senta com o comandante
e tudo decide
a massa pula, celebra
as decisões que vem de cima
em cima delas
o barco segue
afundará?
que importa
só os melhores irão se salvar
tomarão champagne
comerão caviar
* Ao presenciar leitura de uma obra do dramaturgo Chico de Assis
uma avaria
o barco segue...
a terceira classe festeja
tem farinha, hambúrguer
às vezes, cerveja
veja
enquanto a primeira classe
senta com o comandante
e tudo decide
a massa pula, celebra
as decisões que vem de cima
em cima delas
o barco segue
afundará?
que importa
só os melhores irão se salvar
tomarão champagne
comerão caviar
* Ao presenciar leitura de uma obra do dramaturgo Chico de Assis
quinta-feira, agosto 28, 2014
nesse momento
nesse momento
neste exato momento
guerras sujas são travadas
em nome da riqueza
e toda guerra é suja
e toda riqueza espúria
nesse momento
crianças morrem de desnutrição
e outras doenças de pobres
muitas, por lhes faltarem o pão
nesse momento
tantas mulheres sofrem
com o macho opressor
e ainda calam a sua dor
nesse momento
muitas são as mazelas
e muitas as atitudes
que podem mudá-las
neste exato momento
guerras sujas são travadas
em nome da riqueza
e toda guerra é suja
e toda riqueza espúria
nesse momento
crianças morrem de desnutrição
e outras doenças de pobres
muitas, por lhes faltarem o pão
nesse momento
tantas mulheres sofrem
com o macho opressor
e ainda calam a sua dor
nesse momento
muitas são as mazelas
e muitas as atitudes
que podem mudá-las
quarta-feira, agosto 27, 2014
terça-feira, agosto 26, 2014
segunda-feira, agosto 25, 2014
domingo, agosto 24, 2014
corda bamba
viver na corda bamba
bambeando em roda
rodando o bambolê
para se viver
dureza do cotidiano
de quem está cansado
de tanto perder
bambeando em roda
rodando o bambolê
para se viver
dureza do cotidiano
de quem está cansado
de tanto perder
sábado, agosto 23, 2014
espelho
o rosto no espelho
não sou eu
barba, cabelo, bigode
não sou eu...
sou aquele que corre
sob o sol escaldante
o da briga na escola
da queda da goiabeira
o que banha-se no rio
em plena ditadura
e ignora os porões...
eu, filho da ditadura
e que nada sabia de Brasil
sou aquele que muda a todo instante
o nômade indígena
sou eu, a mudar, a mudar-me
sou eu a desvirginar-se em praça pública
sou eu a casar e separar, casar e separar
até encontrar meu lugar
sou eu a tornar-me artista
tornar-me artista, meu deus!
pra dizer o quê
se há tanto por fazer?
sou eu
sou eu nessa segunda-feira de sol de verão
nesse espelho
nesse reflexo
nessa vida sem chão!
27/01/14
não sou eu
barba, cabelo, bigode
não sou eu...
sou aquele que corre
sob o sol escaldante
o da briga na escola
da queda da goiabeira
o que banha-se no rio
em plena ditadura
e ignora os porões...
eu, filho da ditadura
e que nada sabia de Brasil
sou aquele que muda a todo instante
o nômade indígena
sou eu, a mudar, a mudar-me
sou eu a desvirginar-se em praça pública
sou eu a casar e separar, casar e separar
até encontrar meu lugar
sou eu a tornar-me artista
tornar-me artista, meu deus!
pra dizer o quê
se há tanto por fazer?
sou eu
sou eu nessa segunda-feira de sol de verão
nesse espelho
nesse reflexo
nessa vida sem chão!
27/01/14
sexta-feira, agosto 22, 2014
quinta-feira, agosto 21, 2014
menino
era uma vez
um menino correndo no tempo
no contratempo do tempo
de uma música desritmada
fora de tempo
do menino que corre
contra seu tempo...
um menino correndo no tempo
no contratempo do tempo
de uma música desritmada
fora de tempo
do menino que corre
contra seu tempo...
quarta-feira, agosto 20, 2014
enterrado...
enterrado a cada manhã
um pedaço por dia
um mortovivo caminha
até que, certo dia
estará sob a lápide
eter
na
mente
um pedaço por dia
um mortovivo caminha
até que, certo dia
estará sob a lápide
eter
na
mente
terça-feira, agosto 19, 2014
segunda-feira, agosto 18, 2014
sábado, agosto 16, 2014
sexta-feira, agosto 15, 2014
quinta-feira, agosto 14, 2014
República
tanta devoção à deusa
República
pernas abertas
sifilítica
prostituída
nos corredores do poder
República
pernas abertas
sifilítica
prostituída
nos corredores do poder
quarta-feira, agosto 13, 2014
canto
nesse meu canto
não tenho canto
não tenho pátria
nem mátria
sou aquele que erra
meu lugar
é toda a terra
não tenho canto
não tenho pátria
nem mátria
sou aquele que erra
meu lugar
é toda a terra
terça-feira, agosto 12, 2014
medo
o medo nos une
viva a insegurança
a paz ameaçada
a prisão comprada
desconfiai de teu irmão
ele pode ser ladrão
não questione se lhe falta o pão
temer é nosso dever
acreditar no santo da tv
não fique imune
só o medo nos une
viva a insegurança
a paz ameaçada
a prisão comprada
desconfiai de teu irmão
ele pode ser ladrão
não questione se lhe falta o pão
temer é nosso dever
acreditar no santo da tv
não fique imune
só o medo nos une
segunda-feira, agosto 11, 2014
domingo, agosto 10, 2014
sábado, agosto 09, 2014
Eu vi
na rua do poeta
Gonçalves Dias
um índio na calçada
garrafa na mão
gritava alto:
eu vi, eu vi
ele chegou chutando
depois atirou
foi assim
foi sim...
depois, tudo era silêncio
na rua do poeta
Gonçalves Dias
um índio na calçada
garrafa na mão
gritava alto:
eu vi, eu vi
ele chegou chutando
depois atirou
foi assim
foi sim...
depois, tudo era silêncio
na rua do poeta
terça-feira, agosto 05, 2014
domingo, agosto 03, 2014
sábado, agosto 02, 2014
sexta-feira, agosto 01, 2014
quinta-feira, julho 31, 2014
rosa
a rosa era azul
cravada no vermelho
do tecido cru
rosa tecida
fios sobre o chão
tornou mais triste
o meu coração
cravada no vermelho
do tecido cru
rosa tecida
fios sobre o chão
tornou mais triste
o meu coração
quarta-feira, julho 30, 2014
terça-feira, julho 29, 2014
segunda-feira, julho 28, 2014
domingo, julho 27, 2014
goteira
vida-goteira
sempre a gotejar
pinga dia sim
outro não
nunca enche o pote
mas, um dia
romperá a telha
transbordará
esparramando-se
feito mar
sempre a gotejar
pinga dia sim
outro não
nunca enche o pote
mas, um dia
romperá a telha
transbordará
esparramando-se
feito mar
sábado, julho 26, 2014
caverna
porta entreaberta
fresta de luz, raio
que vem e desperta
cegueira diária
vasta multidão
vida ordinária
presos na senzala
ignoram a luz
gritos que se cala
fresta de luz, raio
que vem e desperta
cegueira diária
vasta multidão
vida ordinária
presos na senzala
ignoram a luz
gritos que se cala
sexta-feira, julho 25, 2014
monturo
olhei pro passado
não vi o presente
sonhei com o futuro
rastro de destruição...
quando iremos vencer?
tanta perdição, monturo
não vi o presente
sonhei com o futuro
rastro de destruição...
quando iremos vencer?
tanta perdição, monturo
quinta-feira, julho 24, 2014
quarta-feira, julho 23, 2014
terça-feira, julho 22, 2014
sertão IV
sentir o sertão:
correr o seco
mergulhar na caatinga
pegar o sol com a mão
desejar a flor
colher espinho
correr o seco
mergulhar na caatinga
pegar o sol com a mão
desejar a flor
colher espinho
segunda-feira, julho 21, 2014
resistência
contra a força bruta
resistência
onde calam a fala
explode o canto
sempre há de brotar
flor do asfalto
resistência
onde calam a fala
explode o canto
sempre há de brotar
flor do asfalto
domingo, julho 20, 2014
mar
quebra onda
vem segredar
vem me trazer
segredos do mar
molha meus pés
enquanto sonho
vida que muda
eu tão bisonho
a maresia
pura alegria
quase sabor
em seu odor
quebra onda
vem revelar
o bom viver
fora do mar
vem segredar
vem me trazer
segredos do mar
molha meus pés
enquanto sonho
vida que muda
eu tão bisonho
a maresia
pura alegria
quase sabor
em seu odor
quebra onda
vem revelar
o bom viver
fora do mar
sábado, julho 19, 2014
Pássaro da ditadura
Curió
(em nossas terras)
pássaro que não sabe voar...
corre, corre, corre
(tem até papagaios)
ele sabe atirar
tanto bicho estranho
(tudo se pode ser)
com pena pra pagar
o verde ouro
(pelada serra)
a anistiar
(em nossas terras)
pássaro que não sabe voar...
corre, corre, corre
(tem até papagaios)
ele sabe atirar
tanto bicho estranho
(tudo se pode ser)
com pena pra pagar
o verde ouro
(pelada serra)
a anistiar
sexta-feira, julho 18, 2014
quinta-feira, julho 17, 2014
A
luto luto luto luto luto luto
ater-se a luta
lutar até
ter luta
lutar a
terra luta
luta luta luta luta luta luta
ater-se a luta
lutar até
ter luta
lutar a
terra luta
luta luta luta luta luta luta
quarta-feira, julho 16, 2014
personagens
cadê o Arlequino
Pedro Malazartes
Chicó, João Grilo?
Cadê o malandro do morro?
Se ainda há, pedem socorro
filhos de um tempo pregresso
engolidos pelo progresso
Pedro Malazartes
Chicó, João Grilo?
Cadê o malandro do morro?
Se ainda há, pedem socorro
filhos de um tempo pregresso
engolidos pelo progresso
terça-feira, julho 15, 2014
vontade II
só por hoje não falarei das mazelas
falarei de sorrisos de crianças
do afago das mães...
só não posso abrir a janela
só por hoje, a vida será bela
o vento sopra perfume de flores
gato corre, brinca
com o filhote da cadela
por distração, assomo à janela
o sonho caiu por terra
toda a dura realidade
bate a minha cara, me soterra
falarei de sorrisos de crianças
do afago das mães...
só não posso abrir a janela
só por hoje, a vida será bela
o vento sopra perfume de flores
gato corre, brinca
com o filhote da cadela
por distração, assomo à janela
o sonho caiu por terra
toda a dura realidade
bate a minha cara, me soterra
segunda-feira, julho 14, 2014
sábado, julho 12, 2014
cotidiano
no aperto diário do trem
tentar ser, encontrar o humano
ver poesia onde não tem
quebrar as couraças que nos impõem
sobreviver ao cotidiano
encher de vida o vai e vem
tentar ser, encontrar o humano
ver poesia onde não tem
quebrar as couraças que nos impõem
sobreviver ao cotidiano
encher de vida o vai e vem
sexta-feira, julho 11, 2014
terça-feira, julho 08, 2014
segunda-feira, julho 07, 2014
São Paulo II
São Paulo é tudo que há
inclusive a falta de ar
São Paulo é tudo de bom
até sua falta de tom
São Paulo não dá mais
cresceu, cresceu demais
São Paulo é só contradição
nem tudo tem solução
São Paulo, procure e vai achar
desde que possa pagar
inclusive a falta de ar
São Paulo é tudo de bom
até sua falta de tom
São Paulo não dá mais
cresceu, cresceu demais
São Paulo é só contradição
nem tudo tem solução
São Paulo, procure e vai achar
desde que possa pagar
domingo, julho 06, 2014
ruas II
saber que é de todos
do casal a passear
e do sem teto
que em ti
vai morar
ruas de disputas
de camelôs, mendigos
artistas e putas
ruas largas, estreitas
todos a reinventarem
ao te ocuparem...
do casal a passear
e do sem teto
que em ti
vai morar
ruas de disputas
de camelôs, mendigos
artistas e putas
ruas largas, estreitas
todos a reinventarem
ao te ocuparem...
sábado, julho 05, 2014
vontade
quero fazer um poema
que te arranque do cômodo
do mesmo lugar
que te angustie
que não te deixe contente
que te zangue
te faça indignar
com os absurdos da vida
com o dia-a-dia de nossa gente
pobre, sofrida
que meu poema te tire do lugar
e te faça lutar
que te arranque do cômodo
do mesmo lugar
que te angustie
que não te deixe contente
que te zangue
te faça indignar
com os absurdos da vida
com o dia-a-dia de nossa gente
pobre, sofrida
que meu poema te tire do lugar
e te faça lutar
sexta-feira, julho 04, 2014
ruas
a rebeldia organizada
tomou as ruas
querem mudar
tudo que aí estar
querem o novo
demonstram que o poder
sempre emana do povo
tomou as ruas
querem mudar
tudo que aí estar
querem o novo
demonstram que o poder
sempre emana do povo
quinta-feira, julho 03, 2014
sabedoria popular
gato toma banho de língua
com medo de se molhar
cobras sabem rastejar
por falta de pés pra caminhar
gente fala
até quando deve calar
com medo de se molhar
cobras sabem rastejar
por falta de pés pra caminhar
gente fala
até quando deve calar
quarta-feira, julho 02, 2014
terça-feira, julho 01, 2014
segunda-feira, junho 30, 2014
ver além
detectar o inimigo
acertar o alvo
para sair do perigo
o que é democracia
no mundo
vigiado pela CIA?
o que é ilegal
no mundo
regulado pelo capital?
acertar o alvo
para sair do perigo
o que é democracia
no mundo
vigiado pela CIA?
o que é ilegal
no mundo
regulado pelo capital?
domingo, junho 29, 2014
sábado, junho 28, 2014
ruas da quebrada
na solidão da cidade
um camburão logo para
estanco, vem mão na cara
dureza e perversidade
um camburão logo para
estanco, vem mão na cara
dureza e perversidade
quinta-feira, junho 26, 2014
voltar
saí sem avisar
sem ter hora pra voltar
cinco anos depois
a cama estava no mesmo lugar
e você com um sorriso
ainda a me esperar
o amor causa surpresas
impossíveis de acreditar
sem ter hora pra voltar
cinco anos depois
a cama estava no mesmo lugar
e você com um sorriso
ainda a me esperar
o amor causa surpresas
impossíveis de acreditar
quarta-feira, junho 25, 2014
terça-feira, junho 24, 2014
segunda-feira, junho 23, 2014
sábado, junho 21, 2014
sexta-feira, junho 20, 2014
terça-feira, junho 17, 2014
corpo calejado
corpo calejado
de tanto ser jogado
todo dia, tão igual:
engolido pelo ônibus
moído no trem
aos pés do patrão
chutado
não quer mais
essa vida de cão
mas sem forças
pra dizer não
a mão que oprime
permite a compra do pão
dia há de vir
que essa forma de viver
pereça
e que a alegria
se estabeleça
com um grito de alforria
nas ruas veremos o canto
como forma de festejo
todos juntos, um só corpo
manifestando seu desejo
tudo se reinventando
desde já, antevejo
de tanto ser jogado
todo dia, tão igual:
engolido pelo ônibus
moído no trem
aos pés do patrão
chutado
não quer mais
essa vida de cão
mas sem forças
pra dizer não
a mão que oprime
permite a compra do pão
dia há de vir
que essa forma de viver
pereça
e que a alegria
se estabeleça
com um grito de alforria
nas ruas veremos o canto
como forma de festejo
todos juntos, um só corpo
manifestando seu desejo
tudo se reinventando
desde já, antevejo
quinta-feira, maio 29, 2014
a mão que pede
a mão que pede
e não alcança
de tanto pedir, cansa
a mesma mão
na desesperança
a arma vai sacar
para poder tomar
e não alcança
de tanto pedir, cansa
a mesma mão
na desesperança
a arma vai sacar
para poder tomar
domingo, maio 11, 2014
16
queria escrever uma música
não um poema - que dilema! -
em que o ritmo não caísse
e o silêncio sobressaísse.
não um poema - que dilema! -
em que o ritmo não caísse
e o silêncio sobressaísse.
sexta-feira, maio 09, 2014
15
Um pé, cinco dedos.
Não é o chulé
que causa medo
é sua força
ao pisar e esmagar
a pobre formiga
que passeava
aliás, trabalhava
buscava comida
para aliviar sua vida
sempre sofrida.
Quantos enormes pés há por aí
a esmagar pequenas formigas?
Não é o chulé
que causa medo
é sua força
ao pisar e esmagar
a pobre formiga
que passeava
aliás, trabalhava
buscava comida
para aliviar sua vida
sempre sofrida.
Quantos enormes pés há por aí
a esmagar pequenas formigas?
quinta-feira, maio 08, 2014
quarta-feira, maio 07, 2014
13
Acordei
triste pesadelo!
Bandeiras e mais bandeiras
(e muitos bandeirantes)
gritos efusivos de gol
ignoravam os corpos
despejados, caídos pelo chão...
Tudo era festa
havia até patrocínio oficial.
Boçal!
triste pesadelo!
Bandeiras e mais bandeiras
(e muitos bandeirantes)
gritos efusivos de gol
ignoravam os corpos
despejados, caídos pelo chão...
Tudo era festa
havia até patrocínio oficial.
Boçal!
terça-feira, maio 06, 2014
segunda-feira, maio 05, 2014
11
uma chuva de cartazes
segurados por muitas mãos
pés que caminham
(em qual direção?)
bocas que gritam
pedem um novo país
mas o poder é surdo
e analfabeto.
segurados por muitas mãos
pés que caminham
(em qual direção?)
bocas que gritam
pedem um novo país
mas o poder é surdo
e analfabeto.
domingo, maio 04, 2014
10
É perigoso o amor
próximo a fogueira
em meio a neve ligeira...
Se o desejo vem em rompante
sair da cama ainda quente,
quando se é o amante...
próximo a fogueira
em meio a neve ligeira...
Se o desejo vem em rompante
sair da cama ainda quente,
quando se é o amante...
sábado, maio 03, 2014
sexta-feira, maio 02, 2014
8
o vento arranca
a pétala da rosa
envelhecida
dando-lhe nova vida
lembro daquele momento
que não aconteceu
vida que se perdeu.
a pétala da rosa
envelhecida
dando-lhe nova vida
lembro daquele momento
que não aconteceu
vida que se perdeu.
quinta-feira, maio 01, 2014
Pinheiro amarelo
alimentava meus olhos
o amarelo daquela árvore
cortaram-na...
meu dia e meu poema
ficou sem rima, sem ritmo
e sem final.
o amarelo daquela árvore
cortaram-na...
meu dia e meu poema
ficou sem rima, sem ritmo
e sem final.
quarta-feira, abril 30, 2014
terça-feira, abril 29, 2014
sábado, abril 26, 2014
Tempo
naquele outubro primaveril
corri para pegar o sol
veio a noite de meus dias
o tempo logo escorregou
minhas calças encurtaram
minha juventude levou
corri para pegar o sol
veio a noite de meus dias
o tempo logo escorregou
minhas calças encurtaram
minha juventude levou
sexta-feira, abril 25, 2014
Cena
o menino saca a arma
puxa o gatilho
(apito de trem ao longe)
em preto e branco
sorrir para a mãe
a bala (em cores)
sai lentamente
ainda vemos o rosto da vítima
(close)
espanto
não há final feliz
não há final feliz
o giroflex, a sirene
a cidade vista do alto
música triste
não há final feliz
não há final feliz
puxa o gatilho
(apito de trem ao longe)
em preto e branco
sorrir para a mãe
a bala (em cores)
sai lentamente
ainda vemos o rosto da vítima
(close)
espanto
não há final feliz
não há final feliz
o giroflex, a sirene
a cidade vista do alto
música triste
não há final feliz
não há final feliz
quinta-feira, abril 24, 2014
Sexta-feira
Para Selma
Aquela sexta-feiraera apenas um jantar
fui encontrar-me
Aquela sexta-feira
você a cozinhar
fui pra não voltar
Aquela sexta-feira
nós dois a conversar
noite adentro amar, amar...
Tenho aquela sexta-feira
em teus olhos a brilhar
no teu sorriso ao acordar.
quarta-feira, abril 23, 2014
terça-feira, abril 22, 2014
segunda-feira, abril 21, 2014
domingo, abril 20, 2014
sábado, abril 19, 2014
História popular
Onde está a Margarida?
Depois que atirou o pau no gato
pegou o trem de ferro
chupando um pirolito
dançou a ciranda
na capelinha de melão
com cinco escravos de Jó.
Foi pescar o peixe vivo
mas a canoa virou...
Foi socorrida pela Sinhá Marreca
e pelo sapo Jururu.
Já salva, juntou o seu pezinho
ao lado de Teresinha de Jesus
e orou para São João da-ra-rão!
Depois que atirou o pau no gato
pegou o trem de ferro
chupando um pirolito
dançou a ciranda
na capelinha de melão
com cinco escravos de Jó.
Foi pescar o peixe vivo
mas a canoa virou...
Foi socorrida pela Sinhá Marreca
e pelo sapo Jururu.
Já salva, juntou o seu pezinho
ao lado de Teresinha de Jesus
e orou para São João da-ra-rão!
sexta-feira, abril 18, 2014
quinta-feira, abril 17, 2014
quarta-feira, abril 16, 2014
Cadeia alimentar
A criança
(em seu instinto?)
sobre a cadeia alimentar:
se a lagartixa come a borboleta
o bicho homem tem de matá-la.
Dialogo:
no meio silvestre é natural
mas o humano pode optar.
(em seu instinto?)
sobre a cadeia alimentar:
se a lagartixa come a borboleta
o bicho homem tem de matá-la.
Dialogo:
no meio silvestre é natural
mas o humano pode optar.
quarta-feira, abril 09, 2014
Diante da morte
Tinha 17 anos e um mundo em suas costas. Trabalhava em um escritório para pagar as contas. Morava sozinho em um cubículo. Buscando melhoras em sua vida, estudava. Vez ou outra se divertia.
Migrante, vivia distante dos pais já fazia alguns anos. Nunca conseguira retornar a seu torrão.
Certo dia, no escritório, toca o telefone, seu chefe informa que é de sua cidade natal, alguém queria lhe falar. Na sala, muitos olhos e ouvidos atentos. Na sua imensa timidez atende e ouve o recado do outro lado: sua mãe falecera. Em fala monossilábica, agradece à pessoa do outro lado por ter ligado.
Interrogações nos olhares dos colegas de trabalho pedem informações:
-- Minha mãe morreu!
Milhares de quilômetros os separavam. Pediu licença e foi ao banheiro. Choro, cheiro de merda e mijo e a falta de sentido da vida. Passado alguns minutos, lavou o rosto e retornou a seus afazeres.
A partir daquele dia, sempre se emudece diante da morte.
Migrante, vivia distante dos pais já fazia alguns anos. Nunca conseguira retornar a seu torrão.
Certo dia, no escritório, toca o telefone, seu chefe informa que é de sua cidade natal, alguém queria lhe falar. Na sala, muitos olhos e ouvidos atentos. Na sua imensa timidez atende e ouve o recado do outro lado: sua mãe falecera. Em fala monossilábica, agradece à pessoa do outro lado por ter ligado.
Interrogações nos olhares dos colegas de trabalho pedem informações:
-- Minha mãe morreu!
Milhares de quilômetros os separavam. Pediu licença e foi ao banheiro. Choro, cheiro de merda e mijo e a falta de sentido da vida. Passado alguns minutos, lavou o rosto e retornou a seus afazeres.
A partir daquele dia, sempre se emudece diante da morte.
quinta-feira, março 20, 2014
Indignação
É jovem, na agitação de seus 23 anos. Naquela manhã, chegou no trem no horário de sempre. Era uma quente manhã. A estação, como sempre, lotada, mas naquele dia parecia exceder em passageiros. "Ah! se fosse passageiro!"
Depois de muita empurra-empurra, conseguiu entrar no trem. Provavelmente, naquele aperto, teria amassado a marmita e naquele calor, decerto iria azedar. Ficaria sem almoço outra vez. "Regime forçado. Daria uma boa reportagem...".
Chegou ao seu local de trabalho e fez questão de cumprimentar todos os seus colegas, trabalhadores como ele, com um largo sorriso. Caminhou pelos corredores, pensando em toda a situação que passara no trem. Não aguentava mais. Foi até a sala do patrão, cumprimentou a secretária e já foi entrando. Jogou a marmita azeda sobre a mesa e gritou:
- Come você essa merda! Saiu da sala, direto pro RH, mas com sorriso nos lábios.
Depois de muita empurra-empurra, conseguiu entrar no trem. Provavelmente, naquele aperto, teria amassado a marmita e naquele calor, decerto iria azedar. Ficaria sem almoço outra vez. "Regime forçado. Daria uma boa reportagem...".
Chegou ao seu local de trabalho e fez questão de cumprimentar todos os seus colegas, trabalhadores como ele, com um largo sorriso. Caminhou pelos corredores, pensando em toda a situação que passara no trem. Não aguentava mais. Foi até a sala do patrão, cumprimentou a secretária e já foi entrando. Jogou a marmita azeda sobre a mesa e gritou:
- Come você essa merda! Saiu da sala, direto pro RH, mas com sorriso nos lábios.
terça-feira, março 18, 2014
Mar e barcos
Adorava seu trabalho. Acordava todos os dias bem cedo e sorrindo se dirigia ao escritório. Hoje não seria diferente.
No escritório, da janela do vigésimo andar, olha pela vidraça a chuva que cai sobre a cidade. Pôs-se a pensar: "A vida é um mar com suas belezas, tormentas, lugares exóticos... Nós somos barcos, sempre a navegar em direção a algum porto..." Estancou seu pensamento:
No escritório, da janela do vigésimo andar, olha pela vidraça a chuva que cai sobre a cidade. Pôs-se a pensar: "A vida é um mar com suas belezas, tormentas, lugares exóticos... Nós somos barcos, sempre a navegar em direção a algum porto..." Estancou seu pensamento:
- Para qual porto estou a rumar?
Lá fora, a chuva tornou-se mais convidativa que os papéis na mesa à sua frente. Afrouxou a gravata e passou a não ver muito sentido em seu cotidiano...
Começou a bailar.
Começou a bailar.
sexta-feira, março 07, 2014
Garigari, sou mais gari
Mais de mil garis
na avenida
pulando, sorrindo,
dançando
tomando conta de
suas vidas!
O Rio laranja é
bonito
tem até o mestre
Sorriso
levando, em apoio, seu
grito!
Sapucaí é logo ali
vejam a onda laranja
com seu mestre sala a sorrir
a graça da porta
bandeira
revela a garra de
uma gente
altiva, forte,
brasileira!
07/03/14
quinta-feira, março 06, 2014
quarta-feira, março 05, 2014
terça-feira, março 04, 2014
Sertão III
Dou vivas ao sertão
porque sou catingueiro;
lá, a situação é difícil
mas o povo é ligeiro.
Sertão, sempre a expulsar
quebrando sua magia
mas sua gente é forte
a força vem de sua alegria.
Mulher, homem, menino
sertanejos insistentes
enfrentam a seca
como guerreiros valentes!
30/11/13
porque sou catingueiro;
lá, a situação é difícil
mas o povo é ligeiro.
Sertão, sempre a expulsar
quebrando sua magia
mas sua gente é forte
a força vem de sua alegria.
Mulher, homem, menino
sertanejos insistentes
enfrentam a seca
como guerreiros valentes!
30/11/13
segunda-feira, março 03, 2014
Carnaval
um homem caído
cheiro de mijo no chão
duas moças se beijam
uma terceira
passa apressada
com a bíblia na mão
uma senhora
que tudo olha
sorriso em clarão
afirma, com total aval:
- a vida é carnaval
cheiro de mijo no chão
duas moças se beijam
uma terceira
passa apressada
com a bíblia na mão
uma senhora
que tudo olha
sorriso em clarão
afirma, com total aval:
- a vida é carnaval
domingo, março 02, 2014
Retrô
depois de tanto trabalhar
queria chegar ao metrô
na primeira esquina
crianças cheirando cola
do outro lado da rua
outra queimava os dedos
na ânsia de fumar a pedra crua
continuei, tinha que chegar ao metrô
quantos convites ao sexo
putas oferecem seu amor...
policiais dão uma dura
o homem negro, dizia ser trabalhador
cansaço. o metrô estava próximo
o prédio, ocupado por sem tetos
(em polvorosa)
parecia ter recebido a ordem do senhor juiz
desocupação
a manchete do jornal:
"maior lucro dos bancos em todos os tempos"
enquanto caminhava até o metrô
lembrei que, recentemente, alguém me disse
que ser de esquerda, é ser retrô
quero apenas chegar
ao maldito metrô
a cada passo que dou
vejo a mão do opressor
01/03/14
queria chegar ao metrô
na primeira esquina
crianças cheirando cola
do outro lado da rua
outra queimava os dedos
na ânsia de fumar a pedra crua
continuei, tinha que chegar ao metrô
quantos convites ao sexo
putas oferecem seu amor...
policiais dão uma dura
o homem negro, dizia ser trabalhador
cansaço. o metrô estava próximo
o prédio, ocupado por sem tetos
(em polvorosa)
parecia ter recebido a ordem do senhor juiz
desocupação
a manchete do jornal:
"maior lucro dos bancos em todos os tempos"
enquanto caminhava até o metrô
lembrei que, recentemente, alguém me disse
que ser de esquerda, é ser retrô
quero apenas chegar
ao maldito metrô
a cada passo que dou
vejo a mão do opressor
01/03/14
sábado, março 01, 2014
sexta-feira, fevereiro 28, 2014
Aqui e lá
Em algum ponto da terra
pessoas, em guerra, morreram
Por elas, as nuvens se derramaram.
Em algum lugar
alguém sofre por amor
a chuva expressou sua dor
Das nuvens, a chuva a cair
Aqui ou lá, problemas
continuam a existir...
Como cai das nuvens
águas para lavar
meus olhos a chorar.
pessoas, em guerra, morreram
Por elas, as nuvens se derramaram.
Em algum lugar
alguém sofre por amor
a chuva expressou sua dor
Das nuvens, a chuva a cair
Aqui ou lá, problemas
continuam a existir...
Como cai das nuvens
águas para lavar
meus olhos a chorar.
quinta-feira, fevereiro 27, 2014
quarta-feira, fevereiro 26, 2014
Questões e citações
"Quem regula a América?"
Quem controla o FMI?
Quem elege o presidente do Banco Mundial?
Nossas vidas todo o tempo vigiadas
e a resposta que queremos, é confidencial?
"Todo camburão tem um pouco de navio negreiro..."
"Quem policia a polícia?"
O Estado com seu monopólio da violência
tão seletivo na escolha de quem castiga
feridas e mais feridas abertas na periferia.
A educação que serve ao patrão
também serve para você?
saiba o seu lugar
procure saber
para questionar e modificar.
Quem controla o FMI?
Quem elege o presidente do Banco Mundial?
Nossas vidas todo o tempo vigiadas
e a resposta que queremos, é confidencial?
"Todo camburão tem um pouco de navio negreiro..."
"Quem policia a polícia?"
O Estado com seu monopólio da violência
tão seletivo na escolha de quem castiga
feridas e mais feridas abertas na periferia.
A educação que serve ao patrão
também serve para você?
saiba o seu lugar
procure saber
para questionar e modificar.
terça-feira, fevereiro 25, 2014
segunda-feira, fevereiro 24, 2014
domingo, fevereiro 23, 2014
sábado, fevereiro 22, 2014
sexta-feira, fevereiro 21, 2014
quinta-feira, fevereiro 20, 2014
quarta-feira, fevereiro 19, 2014
Morte III
Quando a morte chegar
de olhos vivos, sorrirei
chamarei de amiga
e direi: como te desejei!
de olhos vivos, sorrirei
chamarei de amiga
e direi: como te desejei!
terça-feira, fevereiro 18, 2014
segunda-feira, fevereiro 17, 2014
domingo, fevereiro 16, 2014
sábado, fevereiro 15, 2014
tic tac
tic tac tic tac
voa vento
cai chuva
eu, tormento
vai, vem,
sopra, lava
relógio para
meu coração
um trem
voa vento
cai chuva
eu, tormento
vai, vem,
sopra, lava
relógio para
meu coração
um trem
quinta-feira, fevereiro 13, 2014
Questão
Condenados a esta prisão
lama em poço profundo...
Para onde ir?
Saltar fora do mundo?
Lá, aqui, tanto faz
tudo gira sem sair do lugar
corre, volta e vai
onde nunca se pode chegar.
Tua dor é querer e não pegar
a minha, é não transformar
um mundo que desaba,
e que pode nos findar.
lama em poço profundo...
Para onde ir?
Saltar fora do mundo?
tudo gira sem sair do lugar
corre, volta e vai
onde nunca se pode chegar.
Tua dor é querer e não pegar
a minha, é não transformar
um mundo que desaba,
e que pode nos findar.
Rio
Rio, imenso rio
nem tu, nem eu
somos os mesmos...
Quem mais sofreu?
Águas, que tudo levas
só deixas minhas mágoas
do tempo vivido
e muito sofrido.
Ser e não ser
permanecer vivendo
como águas desse rio
entre pedras, seguindo...
15/10/13
nem tu, nem eu
somos os mesmos...
Quem mais sofreu?
Águas, que tudo levas
só deixas minhas mágoas
do tempo vivido
e muito sofrido.
Ser e não ser
permanecer vivendo
como águas desse rio
entre pedras, seguindo...
15/10/13
quarta-feira, fevereiro 12, 2014
Poetas
Reviver. Reler
todos os poetas
forjados nos tempos difíceis
(em nosso tempo obscuro)
solitários; soturnos...
obras que sobrevivem
além túmulo.
terça-feira, fevereiro 11, 2014
Educar
Mesmo na dor
tornar-se educador
para educar
não precisa escola
pode ser outro lugar
Educar, não é
o conhecimento transmitir
mas sim, fazer ruir
cair por terra
a visão de mundo
que te governa.
tornar-se educador
para educar
não precisa escola
pode ser outro lugar
Educar, não é
o conhecimento transmitir
mas sim, fazer ruir
cair por terra
a visão de mundo
que te governa.
segunda-feira, fevereiro 10, 2014
domingo, fevereiro 09, 2014
100pre
realidade Kôlha
Q não vê a adolescência
mas Hlera da Qbrada
100pre em luta
contra a DKdência
na periferida!
Q não vê a adolescência
mas Hlera da Qbrada
100pre em luta
contra a DKdência
na periferida!
quarta-feira, fevereiro 05, 2014
terça-feira, fevereiro 04, 2014
segunda-feira, fevereiro 03, 2014
Periferia II
A periferia não dorme
porque o imbecil poder
oprime, persegue até matar.
Aqui não tem dublê
não se pode vacilar.
Se vacilar é o fim
o tiro, não é de festim.
18/01/14
porque o imbecil poder
oprime, persegue até matar.
Aqui não tem dublê
não se pode vacilar.
Se vacilar é o fim
o tiro, não é de festim.
18/01/14
domingo, fevereiro 02, 2014
Infância III
imaginação é a substância:
(fogueira no terreiro)
o contador de causo
ilumina minha infância
(fogueira no terreiro)
o contador de causo
ilumina minha infância
sexta-feira, janeiro 31, 2014
quinta-feira, janeiro 30, 2014
Música II
Quando me toca, fico por horas
a ouvir a mesma música
para que atravesse minha pele
sinta meu gosto
enquanto bebo sua melodia
e torne a encontrar
sentido na repetição do dia a dia.
a ouvir a mesma música
para que atravesse minha pele
sinta meu gosto
enquanto bebo sua melodia
e torne a encontrar
sentido na repetição do dia a dia.
Negra Pietá
acontece todos os dias
nas distantes periferias
fruto, não do escultor e sua grandeza
mas sim, como resultado da pobreza
filhos magros nos braços
apoiados em seus regaços
mães negras, em profundo choro
gritam suas dores, em coro
não querem mais mortes seletivas
por justiça, lutam, são combativas
não querem mais
serem negras pietás
nas distantes periferias
fruto, não do escultor e sua grandeza
mas sim, como resultado da pobreza
filhos magros nos braços
apoiados em seus regaços
mães negras, em profundo choro
gritam suas dores, em coro
não querem mais mortes seletivas
por justiça, lutam, são combativas
não querem mais
serem negras pietás
terça-feira, janeiro 28, 2014
segunda-feira, janeiro 27, 2014
Teatro
do bode que berra
a caminho da morte
(sacrifício)
nasce o ofício
ritual que renasce
relação em ato
teatro
a caminho da morte
(sacrifício)
nasce o ofício
ritual que renasce
relação em ato
teatro
domingo, janeiro 26, 2014
Fria esperança
Viadutos saltam sobre os barracos
Carros mais bem cuidados que crianças
Em um tempo de fria esperança...
Vida que caminha aos solavancos.
A esperança que venceu o medo
Tornou-se, ela própria, atropelo
Fruto de acordos e conchavo
União de classes, falso enredo
De um tempo difícil, obscuro,
Em que a vida importa pouco
O que vale mais é o grande lucro.
Tempo de ajuda aos grandes bancos
Queimar índios, expulsar mendigos
Derrubar barracos dos barrancos.
04/11/13
Carros mais bem cuidados que crianças
Em um tempo de fria esperança...
Vida que caminha aos solavancos.
A esperança que venceu o medo
Tornou-se, ela própria, atropelo
Fruto de acordos e conchavo
União de classes, falso enredo
De um tempo difícil, obscuro,
Em que a vida importa pouco
O que vale mais é o grande lucro.
Tempo de ajuda aos grandes bancos
Queimar índios, expulsar mendigos
Derrubar barracos dos barrancos.
04/11/13
sábado, janeiro 25, 2014
Jornadas
Jornadas de junho
lá no século dezenove
e no vinte e um
primaveras dos povos...
a árabe, irmã comum.
Todas, disputa renhida,
lógica de uma luta
ainda não vencida.
lá no século dezenove
e no vinte e um
primaveras dos povos...
a árabe, irmã comum.
Todas, disputa renhida,
lógica de uma luta
ainda não vencida.
sexta-feira, janeiro 24, 2014
quinta-feira, janeiro 23, 2014
quarta-feira, janeiro 22, 2014
Popular 5
Cadê a favela que tava aqui?
O governo removeu.
E a outra que estava ali?
A especulação queimou.
No jogo de gato e rato
o rato venceu
O rico a(s)cendeu
e o pobre desceu.
O governo removeu.
E a outra que estava ali?
A especulação queimou.
No jogo de gato e rato
o rato venceu
O rico a(s)cendeu
e o pobre desceu.
sexta-feira, janeiro 17, 2014
Popular 3
Essa rua, aquela e todas
pode ser nossa, se você vier
vem somar, vem ladrilhar
vem pra rua brincar
vem fazer o que quiser.
pode ser nossa, se você vier
vem somar, vem ladrilhar
vem pra rua brincar
vem fazer o que quiser.
Popular 2
Um elefante incomoda muita gente
e muita gente, quando se junta
incomoda, incomoda muito mais.
e muita gente, quando se junta
incomoda, incomoda muito mais.
domingo, janeiro 12, 2014
Natalina III
O natal é tão deprimente
corrida às lojas, comprar, comprar
solidariedade fingida
que logo mais vai acabar.
Contra tudo isso
para não se pensar
o negócio é beber
beber até se acabar.
Dizem também
que tempos atrás
nasceu um homem
inimigo de satanás
mas se ele voltar
será perseguido
pois o que importa
é a festa, o alarido.
Fica, por todos sabido
o que importa é gastar
beber até cair. No ano,
continuar a trabalhar
ser, todo dia, explorado
esquecer solidariedade
continuar sem mudanças
viver a arbitrariedade.
23/12/13
corrida às lojas, comprar, comprar
solidariedade fingida
que logo mais vai acabar.
Contra tudo isso
para não se pensar
o negócio é beber
beber até se acabar.
Dizem também
que tempos atrás
nasceu um homem
inimigo de satanás
mas se ele voltar
será perseguido
pois o que importa
é a festa, o alarido.
Fica, por todos sabido
o que importa é gastar
beber até cair. No ano,
continuar a trabalhar
ser, todo dia, explorado
esquecer solidariedade
continuar sem mudanças
viver a arbitrariedade.
23/12/13
O dia
Segunda-feira, Zé levanta no horário habitual, como morava
perto do trabalho e o patrão tinha confiança nele, era sempre o primeiro a
chegar. Mas naquele dia ficou preocupado, pois o ônibus não passou,
estranhamente, não havia ninguém nos pontos, como os demais dias.
Então, seguiu a pé até o trabalho. Se apressasse o passo
talvez chegaria na hora. Foi o que fez. De fato, foi o primeiro a chegar. Mas
deu o horário e nenhum de seus colegas apareceu. Zé pensou que pudesse ser por
conta do transporte, se não tinha para ele, provavelmente não tinha para os
demais. Mas e quem tinha condução própria? Por que não chegou no horário?
Congestionamento? "O patrão vai ficar fulo, ainda bem que ele só chega bem
tarde, apenas para conferir os trabalhos".
Duas horas depois, ninguém chegara, nem mesmo o patrão. "Que
estranho"! Ele continuou a trabalhar para deixar tudo pronto para quando ele chegasse, passaria um relatório dos encaminhamentos. Resolveu ligar para os
colegas de trabalho, mas ninguém atendeu ao celular.
Hora do almoço e ninguém ainda. Resolveu sair para o almoço.
Afinal estava com fome e quem sabe conversaria com as pessoas e se informaria,
pois justamente naquele dia, a internet não estava funcionando direito.
Encontrou algumas pessoas no trajeto até o restaurante.
Ninguém conhecido, mas todos lhe cumprimentavam com um sorriso nos lábios.
Chegou ao pequeno restaurante onde sempre almoçava. Era simples, porém barato e
quando não tinha dinheiro, fazia fiado. O dono lhe sorriu feliz, perguntou se
queria o de sempre. Respondeu que sim. No entanto, Zé estranhou, pois não havia
correria, pressa. Tudo bem, o restaurante tinha menos pessoas. Realmente aquele
era um dia diferente.
Quando a comida chegou perguntou a seu Manoel o que estava
acontecendo: "muitas coisas sem funcionar e não havia correria ou caos nas ruas,
certa tranquilidade pairava no ar". Mas ninguém foi até o trabalho. “Sabe de
alguma coisa?”
Manuel, o Mané, como
era conhecido, respondeu que quem era empregado de alguém resolveu não ir
trabalhar naquele dia.
- Ninguém?
- Ninguém. Em nenhuma empresa. Se você foi, deve ter sido o único. Mané saiu rindo
Almoçou calado. Pagou e voltou ao escritório. Trabalhou até o
horário de sempre. Ainda tentou falar com o patrão, mas não
conseguiu. As comunicações também não funcionaram bem. Depois do trabalho, voltou
caminhando até sua casa. As pessoas que encontrou ao cruzar na rua, todas com
ar de alegria, uma felicidade inundava o ar. Ao chegar a sua casa, tomou um
banho, comeu algo e dormiu. No dia seguinte não acordou no horário de sempre.
Resolveu que também não iria trabalhar naquele dia.
03/08/2013
sexta-feira, janeiro 10, 2014
Cambiar siempre
Toda hora é hora
todo dia, esperança
transformar a vida
criar a mudança.
Todo santo dia
ser sempre fecundo
não se contentar
transformar o mundo!
Sempre se refundar
sorriso na frente
com profundo pensar
e ação permanente
para modificar
o mundo imundo
inundo meu cantar
de amor profundo!
29/12/13
todo dia, esperança
transformar a vida
criar a mudança.
Todo santo dia
ser sempre fecundo
não se contentar
transformar o mundo!
Sempre se refundar
sorriso na frente
com profundo pensar
e ação permanente
para modificar
o mundo imundo
inundo meu cantar
de amor profundo!
29/12/13
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